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INFLUENCER. EU?

Mateus 5.16

 

“Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu” - NTLH

 

Introdução

Repara não. O tema moderninho da pregação hoje é bem a propósito.

O influencer é um novo profissional da área digital já muito comum no Brasil. Traduzindo ao pé da letra é Influenciador Digital.

Esse profissional, surgido em 2015, se ocupa em influenciar pessoas através das redes sociais. O Influenciador Digital, como o nome diz, influencia, exerce influência, geralmente sobre centenas e até milhares de pessoas, todos os dias, com o seu estilo de vida, opiniões e hábitos.

Um Influenciador Digital ganha de acordo com o número de seguidores que tem. O ganho mensal é de mil a dois mil reais para quem tá começando, e pra quem se tornou um mega influenciador com milhões de seguidores nas redes sociais, o ganho mensal chega a 500 mil reais. Imagina!

 

Agora, a profissão pode ser nova, mas em realidade, é da natureza do ser humano exercer influência, trabalhando ou não nessa área.

Deus deu ao ser humano o poder da influência. É um presente de Deus e quando a pessoa tem o Espírito Santo, esse poder é maximizado com o propósito de ser usado para que o mundo conheça Jesus.

Atos 1.8 diz: “Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em toda parte: em Jerusalém, em toda a Judeia, em Samaria e nos lugares mais distantes da terra” (NVT).

Você tem o poder da influência. Deus deu e você deve cuidar bem daquilo que Deus confiou a você.

Estamos numa série de mensagens que estou chamando de Pura Mordomia. E o assunto para hoje é a mordomia da influência.

 

A primeira consideração que faço é: a inevitabilidade da influência. Explico.

Nós seres humanos somos sociais. Nosso primeiro contato social começa com a família e daí, com o crescimento, vão surgindo outros grupos na nossa vida com os quais contribuímos e dos quais também recebemos contribuições.

Isso significa que, querendo ou não, exercemos, uns sobre os outros, uma força chamada influência. É inevitável.

O que é esta influência? Podemos imaginá-la como sendo as ondas do rádio. Então, imagina cada pessoa tendo dentro de si um aparelho que serve para tanto transmitir como para receber ondas de influência.

Essas ondas de influência ninguém vê, mas a cada momento que nos movemos, desde a hora que acordamos até a hora de dormir, a gente transmite ou capta ondas de influência.

Será que a Bíblia fala sobre isso, sobre essa onda de influência que tanto transmitimos aos outros como recebemos dos outros?

Sim, a Bíblia diz que ninguém está livre de exercê-la ou de recebê-la. Em Rm 14.7, o apóstolo Paulo escreveu: “Porque nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo” (NTLH).

E Jesus falou da influência como uma força, um poder que não se pode reprimir ou ocultar. Jesus disse assim: “Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte” (Mt 5.14 – NTLH).

Ora, essa cidade vai ser vista de longe. De noite tem as luzes. Ela vai ser vista. E Jesus recomendou aos discípulos: “Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu” (v.16). Então, exercer influência e receber influência é inevitável. Vai acontecer a todo momento, quer você queira ou não.

 

Outra consideração importante: a durabilidade da nossa influência sobre os outros.

Nossa vida é limitada a um número reduzido de anos aqui na terra. Para alguns é bem reduzida e para outros é mais esticada um pouquinho.

Mas, o que acontece? Todos devemos viver de tal modo que a nossa influência seja boa e se prolongue pelas gerações futuras.

Nenhuma pessoa deveria ser esquecida quando morresse; ao contrário, devia ser lembrada ainda mais por causa da influência que irradiou em vida para o bem dos outros.

A Bíblia fala uma coisa impressionante a respeito de Abel, aquele que foi morto pelo próprio irmão, o Caim. A Bíblia diz: “Pela fé, Abel apresentou a Deus um sacrifício superior ao de Caim... Embora há muito esteja morto, ainda fala por meio de seu exemplo” (Hb 11.4 – NVT).

Deus está dizendo o seguinte: Que por gerações ininterruptas, a vida de Abel continua falando, continua influenciando, continua impactando a vida das pessoas. Ele morreu faz tempo, mas o exemplo dele continua influenciando as gerações.

É isso. Influenciar faz parte da natureza que Deus colocou em nós. Devemos, portanto, ser bons mordomos da influência que estamos irradiando durante a nossa vida.

Quando a Bíblia diz sobre Abel, que: “Embora há muito esteja morto, ainda fala por meio de seu exemplo”, Deus está revelando que Ele espera de nós a mesma coisa.

Vamos cuidar, então, da influência que exercemos sobre os outros, para que depois da nossa morte, muitos continuem sendo abençoados pela existência que tivemos.

 

Feitas estas considerações, a questão seguinte é: nossa influência somente será realmente boa se tivermos o caráter de Jesus.

Uma pessoa educada, gentil, honesta com as coisas e que seja religiosa até, transmitirá boa influência sobre as pessoas à sua volta, sem dúvida.

Mas, ouça: não tem, não existe, influência mais poderosa do que aquela que a pessoa transmite quando tem o caráter de Jesus em sua vida.

A gente não sabe como era a fisionomia de Jesus.

 

Tem umas gravuras que sugerem como poderia ter sido o rosto de Jesus, mas Ele nunca fez uma selfie. Nunca pousou para que um artista pintasse um quadro dEle.

Também não seria necessário. Ninguém influenciou mais o mundo do que Jesus, o Filho de Deus. Jesus veio ao mundo revelar o amor de Deus e Ele foi o amor em pessoa.

Então, não foi preciso que alguém guardasse um retrato de Jesus, para que Ele fosse lembrado no futuro. A vida de Jesus, cheia de amor, marcou a história.

E, sabe, quando uma pessoa entrega a vida para Jesus dirigir e abençoar, Jesus passa a morar no coração dela por meio do Espírito Santo.

E aí, essa pessoa vai vivendo na presença de Deus, e sabe o que acontece? Ela vai ficando parecida com Jesus. Essa pessoa vai reproduzindo o amor de Jesus no seu dia a dia. E as pessoas vêem e são tocadas pelo amor de Deus através de Jesus na vida dela.

O apóstolo Paulo escreveu, olha só: “Vocês manifestam que são carta de Cristo [...] escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo” (2Co 3.3 - NAA). E num outro momento, o apóstolo disse: “...para Deus somos o aroma de Cristo” (2Co 2.15 – NVI).

Cartas de amor são lidas, aromas são sentidos. Quando a pessoa tem a presença de Jesus, quem está perto sente e vê. É uma influência poderosa.

 

Conta-se que um antigo cristão da Índia, foi visitar certo pastor em Londres. Chegando à casa, bateu na porta e uma garotinha, criança ainda, que participava da igreja, foi atender e perguntou: “Quem deseja falar com o pastor? Qual o seu nome?” E o cristão indiano disse o nome. Mas a menina não conseguiu guardar o nome. Foi até o pastor e disse: “Tem um homem lá porta querendo falar com o pastor”. “E quem é, qual o nome dele?” O pastor perguntou, mas a menina disse: “Ah! Eu não entendi, não; mas é um homem muito parecido com Jesus”.

 

Um missionário foi trabalhar numa tribo das selvas da África. Um dia, pregando sobre como Jesus ensinava e curava os enfermos, os nativos ouviam silenciosos, com atenção. Ao terminar o culto, um grupo foi até o missionário e disseram pra ele: “Esse Jesus já esteve aqui e morou conosco!” O missionário pediu que descrevessem de quem estavam falando e pela descrição, ele compreendeu que se tratava de um missionário médico que anos passados, havia trabalhado naquela tribo. Aquele missionário médico havia tido atitudes tão parecidas com as de Jesus, que os nativos o confundiram com Jesus.

Essa é a maior influência e a mais poderosa que devemos exercer: transmitir Jesus, o amor de Deus em pessoa; transmiti-Lo para o nosso próximo. Você será um bom mordomo da influência que tem se for um imitador de Jesus!

 

Um professor crente, assumiu o compromisso de não falar aos seus alunos em sala de aula, nada a respeito de Jesus. E cumpriu a palavra. Porém, no final de um tempo, os alunos estavam impactados com a postura, os pontos de vista e com as atitudes daquele professor. Constataram que ele era um crente muito dedicado. Passado alguns meses, grande parte da turma entregou a vida para Jesus dirigir, porque eles sabiam que era Jesus que o seu professor seguia.

A vida abençoada daquele professor, exerceu sobre os alunos uma influência poderosa. É isso que nos compete também: sermos cheios de amor para mover pessoas para Jesus; essa influência é poderosa.

 

A última questão é: as áreas de influência da nossa vida.

Todos exercemos influência, uns mais, outros menos, depende das áreas de influência que se tem. Quanto mais áreas de influência, maior a nossa responsabilidade.

 

Algumas áreas de influência são: a primeira e a menor de todas em tamanho, é, porém, a maior em importância: a família.

Diariamente exercemos influência sobre as pessoas com quem vivemos em casa.

Costuma-se dizer que no lar é que a gente mostra o que realmente somos. Fora de casa, não. Fora de casa é outra história.

Aí, você vê a pessoa na escola e vê em casa; vê a pessoa no serviço e vê em casa; vê a pessoa na igreja e vê como ela é em casa... e muitas vezes nem parece se tratar da mesma pessoa. Você fica se perguntando: “Ué, essa pessoa que canta lá na igreja, que recebe a gente tão bem na porta, que faz uma oração bonita, é essa pessoa aí!!?”

 

Outro dia correu nas redes sociais um pastor que, fazendo transmissão ao vivo, aconteceu da esposa esbarrar em alguma coisa e diante da câmera ligada, ele levantou, xingou e agrediu parece que dando um tapa na esposa. Aí, voltou pra frente da câmera e disse: “Paz do Senhor, irmãos!” É disso que eu tô falando.

A vida do crente não pode ser de um jeito na igreja e de outro jeito em casa, ou no serviço ou na escola. O crente não pode ter uma cara pra usar no Domingo e outra cara diferente para usar durante a semana.

Somos responsáveis pela influência que exercemos. Por isso, a vida do crente em casa é tão sagrada quanto é na igreja. Seja um bom mordomo da influência.

 

A escola é outra área em que a influência deve ser forte e poderosa.

Que oportunidade tremenda tem o estudante crente de exercer sua boa influência sobre os colegas!

A galera faz cola, é dada a brincadeiras indevidas, usa palavrões, mas o estudante crente faz a diferença. Ele cuida para que a sua influência seja sempre para o bem.

 

Outra área de influência é a do serviço.

Tem gente que pensa assim: “Negócio, é negócio, religião é à parte”. Isso não tá certo, não! Quer dizer que no negócio ou no serviço, vale tudo? Vale trapacear? Vale vender gato por lebre? Vale enrolar até o serviço ficar pronto...

Irmão, o que o crente é na igreja, é no serviço.

 

Outra área de influência é o ambiente da igreja.

Nossas atitudes no culto influenciam os outros. Se na hora do louvor, você não louva, não canta; na hora da oração, você não ora; na hora de receber a Palavra, você se distrai conversando ou se levantando do lugar, sua atitude influencia o outro a fazer a mesma coisa.

Quando você coopera nos serviços da igreja, você influencia os outros a cooperarem também. Quando você traz a sua oferta ou o dízimo, sua atitude influencia a contribuição de outros. Quando você tem um coração humilde e pronto a perdoar os erros de alguém, essa sua atitude influencia os outros a serem humildes e perdoadores também.

E quando fazemos assim, estamos agindo como bons mordomos da influência.

 

E por fim, o campo mais amplo de influência da nossa vida é a sociedade.

Sabe, como crente, você é cidadão do reino dos céus. E Jesus comparou o reino dos céus ao fermento que é colocado, por exemplo, sobre a massa do pão ou do bolo. O fermento faz a massa levedar, crescer, expandir (Mt 13.33 - NTLH).

Essa é a sua função como cidadão dos céus na terra: colocar o fermento do evangelho na massa da sociedade para que ela seja levedada, expandida no amor de Deus e não destruída pelo mal.

Como crentes não devemos nos isolar do mundo. Jesus até orou por isso, Ele disse: “Pai, não peço que os tires do mundo orou Jesus e, sim, que os guardes do mal” (Jo 17.15).

Somos como o barco que está dentro da água, mas que a água não pode estar dentro do barco. Devemos fazer como Jesus: apesar de ter vivido no meio dos pecadores, Ele não pecou. Influenciou, mas não Se deixou influenciar por eles.

 

Esta foto aí, é de um mergulhador profissional, um soldador subaquático. Quer trabalhar na plataforma de petróleo? Olha o encorajamento aí! O mergulhador vai lá na profundeza do mar. E o que acontece? Ainda que ele esteja rodeado pelo imenso volume de água, ele se encontra isolado da água, graças ao seu equipamento de mergulho.

O crente é pra ser assim: ele mergulha na sociedade: estuda, trabalha, vai à praia, cinema, shopping, futebol... Sua missão é trazer pessoas para a presença de Jesus; e ele não se corrompe, graças ao seu compromisso com Jesus.

 

Conclusão

Você percebe que mesmo que não queira ou sinta, você é um influenciador?

Se você entende que Deus te deu o poder da influência, então, eu imploro, seja um bom mordomo da sua influência.

Já tem influência negativa demais no mundo. O mundo tá precisando de pessoas com o caráter de Jesus, cuja influência é para o bem.

Se você reconhece falhar nisso, peça a Deus que o ajude. Sua oração será respondida e você experimentará a alegria de ser usado por Deus em sua influência. Amém?

“Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu” - NTLH

 

Pr Walter Pacheco da Silveira, 19.10.2020

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