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DESCOMPLIQUE SUA AGENDA

Tiago 4.13-17

 

Introdução

Começamos uma série de pregações intitulada Descomplique. E tem um propósito: nós estamos inseridos numa sociedade aonde a pressão das coisas por fazer são muito fortes. 

Há 30 ou 40 anos atrás, talvez a única coisa que estressava muito, era quando a campainha do portão de casa tocava. Era um tal de um olhar para o outro e falar: “Quem será? Você tá esperando alguém? O que terá acontecido?” E aquilo estressava a gente. 

Hoje em dia, a coisa que menos toca é a campainha de casa. Uma pena porque num tempo atrás, eu achei de comprar uma campainha com dez toques musicais diferentes. Uma graça, mas quase ninguém toca a campainha! 

Ah! Mas o que toca muito hoje é o WhatsApp, o celular, as postagens do Facebook. 

E sabe, são tantas coisas requerendo a nossa atenção, que isso gera uma grande confusão: conseguimos discernir direito o importante do prioritário.  Gastamos boa parte da vida com coisas e tarefas que, daqui a 30 ou 40 anos, não vão significar nada. Nosso dia-a-dia é cheio de atividades que no final das contas não são importantes.

E a consequência disso é que a nossa excelência fica comprometida. Por exemplo, a excelência no trabalho. 

Tem empresas que já calculam o prejuízo que elas têm com os funcionários que não dão atenção total para aquilo que foram contratados. Quantos que, no horário do expediente, consultam as redes sociais?

Com a vida cheia de coisas pra fazer, a excelência dos relacionamentos também é comprometida. 

Veja estes dois e acredite, estão namorando! Eu acho estranho, talvez, porque já passei dos 50 e quem passa dos 50 tá ficando velho, mas eu acho estranho. 

E esses amigos sentados juntos no mesmo banco da praça? Estão juntos, mas eles não se olham! Toda a atenção deles é para o celular e não para o outro.

 

Pior ainda é quando vivemos isso nas nossas famílias, que quando se reúne ao redor de uma mesa, ao invés de um filho curtir a companhia do pai, aproveitar ao máximo do olhar da mãe, ou dos pais dedicarem atenção exclusiva para ouvir o que os filhos têm a dizer, quantas vezes, a família está em torno da mesa, mas o que recebe atenção são os smartphones. 

Isto tem comprometido também a excelência do cuidado do nosso próprio corpo e da nossa saúde. 

Porque a gente diz que não tem tempo pra nada, mas vivemos colocando coisas supérfluas no nosso tempo e, consequentemente, ficamos sem tempo pra cuidar de coisas essenciais como o nosso corpo e a nossa saúde. 

 

E o que falar do exercício da espiritualidade?

Se homens e mulheres não olham mais para a face do outro enquanto conversam, como que vão orar? 

Nós estamos perdendo a capacidade de orar, porque não conseguimos ficar em silêncio, não paramos, que seja por 5 ou 10 minutos. 

E tem discípulos de Jesus que vem com aquela conversa: “Não, mas eu oro, sim. Eu oro enquanto estou dirigindo. Eu oro enquanto estou trabalhando”. Entendi, até enquanto está dormindo, você tá orando. 

Percebe: a mesma relação que a gente está estabelecendo com os nossos familiares e amigos, estabelecemos com Deus. 

Este problema da vida ocupada demais, é tão acentuado na nossa sociedade, que as editoras têm publicado uma enxurrada de livros falando sobre o desafio de se ter uma vida simples. Essa é até a opção que eu faço como pastor da igreja, que sejamos igreja simples, uma igreja de poucas atividades, porque eu creio que podemos fazer pouco, mas com muito impacto. 

Semana passada conversamos sobre Descomplique Suas Crises. Se você perdeu, me mande o seu contato que eu mandarei pra você aquela palavra, sem nenhum custo!

 

Hoje vamos tratar uma coisa bem mais simples: Descomplique sua agenda. Ah! Você não tem problema nenhum com isso. Você não sofre daquilo que os outros sofrem quando falam: “Pra fazer, eu tenho coisas demais e tempo de menos. Parece que eu sempre tenho mais para fazer, do que tempo para fazer”.

Eu não sei se você é do tempo dos Titãs, uma banda que gravou uma canção conhecida como Epitáfio. Interessante. Escuta um techo. 

A canção fala de um problema comum, que é o seguinte: usamos mal o nosso tempo e quando chega no final da vida a gente olha pra trás e diz: “Eu deveria, eu deveria, eu deveria... mas eu não fiz”. 

Agora, o erro dos Titãs é que essa canção incentiva o problema, porque ao invés de apresentar a solução do problema, ela incentiva a causa geradora do problema, que é o seguinte: “Viva por acaso, viva sem pensar em quais são as prioridades de Deus, porque o acaso vai te proteger”.  

Para as pessoas que já estão do lado de lá dos 50 anos de idade, quantos que olham pra trás e dizem: “Eu deveria, eu deveria, eu deveria”. Mas não fez! E por que não fez? Porque viveu por acaso, viveu sem refletir em quais eram as prioridades de Deus para a vida.

 

E quando se tem coisas demais e tempo de menos, para descomplicar, normalmente, se toma decisões que não funcionam. 

Uma decisão que não funciona: “Ah! Eu preciso diminuir”. 

Essa é a decisão daqueles que gostam de empurrar as responsabilidades para os outros, são pessoas que falam: “Olha, a minha vida tá um caos por causa do meu patrão. Ele me dá trabalho demais! Ah! É por causa da minha empresa, que é exigente demais. É a minha família, que me sobrecarrega”.  

Olha esta frase do gênio Albert Eisnten: “Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos”. 

Sempre quando uma pessoa reclama: “Ah! Eu tô trabalhando demais!” A primeira pergunta a fazer pra essa pessoa é: “Hei, você está trabalhando demais porque você está com excesso de trabalho, ou está trabalhando demais porque você está trabalhando errado?”

Você pode estar trabalhando demais por falta de método! 

 

Uma segunda decisão que não funciona: “É, eu tenho que dar mais tempo para o trabalho!”  Aí, a senhora que já trabalha fora, começa a chegar às 8 da noite em casa. Os homens começam a chegar depois que os filhos já estão de pijama na cama. Por que? Porque a solução que acharam para dar conta do recado é trabalhar mais.  

Aí, homens e mulheres também começam a trazer trabalho pra casa. O Sábado e Domingo que eles deveriam estar dedicando aos filhos ou marido e esposa, fazendo um almoço gostoso, um passeio, é ocupado com serviço. Estão trabalhando demais e a solução que acharam, é dedicar mais tempo. Só que não funciona.

A gente deveria refletir seriamente nisso. Eu sempre ministro à vida de Tânia a seguinte verdade, pra ela se corrigir: “Filha, serviço a gente tem todo dia”. O que é mais importante agora, neste preciso momento? E ela reflete. Devagar, mas reflete.

Uma vez a dinâmica de quebra-gelo numa reunião de célula foi assim: “Qual é a lembrança mais agradável que você tem da sua infância?” E uma pessoa disse algo interessante, ela falou: “Todo sábado pela manhã, o meu pai me levava pra comer pastel na feira”. Interessante! Trinta ou quarenta anos depois o que ela mais se lembrava, era que Sábado pela manhã, o pai a levava para comer pastel na feira. 

Quantas pessoas já avançaram na idade e pensando nos filhos, estão olhando pra traz e cantando Titãs: “Eu deveria, eu deveria, eu deveria”. Mas não fez.

Isso é terrível e falo de experiência própria. Quando Ana Beatriz era bem pequena, ela amava a piscina, mas lá em casa praticamente não frequentamos o clube. Hoje eu me pego pensando: “Ana Beatriz cresceu; eu deveria ter ido mais vezes à piscina com ela. Eu deveria...”. 

Rubens Alves ilustra isso numa crônica escrita por ele: “Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver do que já tive até agora... Tenho muito mais passado do que futuro...?Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas... As primeiras, ele chupou displicentemente...?Mas, percebendo que faltam poucas, rói o caroço”.

Christian Barbosa, autor do livro A Tríade do Tempo, diz: “A vida é curta, por isso não faça dela um rascunho, pois pode não dar tempo de passá-la a limpo”. 

 

Essa é a preocupação com vocês, jovens.

Quantos de vocês estão vivendo a vida como se ela fosse um rascunho, achando que em algum momento vai dar pra passar a limpo e não vai. 

O que Tiago fala sobre o tempo (v.13-17)? “Ouçam agora, vocês que dizem: "Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro". Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.

Ao invés disso, deveriam dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo".

Agora, porém, vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda vanglória como essa é maligna. Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado”.

Nesse trecho da carta, Tiago aponta três pecados e três virtudes ao se construir uma rotina para a vida, na perspectiva da espiritualidade cristã.  

O primeiro pecado é o secularismo, isto é, a pretensão humana de controlar a vida. O homem faz o seu projeto e deixa Deus de fora.

Secularismo é isso: é não depender de Deus. Homens e mulheres estão cada vez mais autosuficientes.

 

E olha o que Tiago diz no v.13. Tiago fala de pessoas que decidem quando fazer uma coisa, se “hoje ou amanhã”; que decidem o lugar: “iremos para esta ou para aquela cidade”. Decidem o prazo: “vamos passar ali um ano”. Decidem o que vão fazer: “faremos negócios”.

E por fim, decidem qual o objetivo: “e ganharemos dinheiro”. 

A questão é: onde Deus entra nesse projeto?

Ah! Deus é colocado do lado de fora, porque o que Deus pensa não é importante. Secularismo. Não precisamos de Deus. 

Ou na melhor das hipóteses, Deus é a cereja do bolo. É só pra enfeite, porque os planos estão feitos, tudo já está decidido, e Deus só entra na oraçãozinha que se faz. 

Isso é o secularismo. Coisa antiga, porque quando a serpente veio pra Eva essa foi a conversa: “Olha, come desse fruto e você vai se tornar como Deus, vai tomar decisões; você não vai precisar mais depender de Deus, porque você vai ser conhecedora do bem e do mal”. 

O mesmo discurso também estava presente entre os construtores da torre de Babel. Eles disseram: “Venham, vamos construir uma torre alta, uma cidade, vamos tornar o nosso nome conhecido!” Um projeto feito sem levar em conta a vontade de Deus. 

A mesma motivação se vê naquela parábola contada por Jesus do rico insensato.

O homem tinha uma fazenda, ganhou tanto dinheiro que mandou construir um segundo celeiro, que encheu com a produção. Depois, vez a conta do tempo de vida que teria e sabe qual a conclusão que ele chegou? “Já tenho armazenado para muitos anos. Agora, descanse, coma, beba e alegre-se”. Ele estava dizendo: “Se Deus não atrapalhar, tá tudo resolvido”. 

 

Parece estranho, mas a grande maioria de nós tem vivido assim. Fazemos nossos planos e nosso grande receio é Deus atrapalhar, porque confiamos mais na nossa maneira de fazer as coisas do que na maneira de Deus.  

Agora, veja o v.16, Tiago diz: “...vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda vanglória como essa é maligna”. Maligna.  Sabe, quando os discípulos pediram pra Jesus que ensinasse eles a orar? Jesus apresentou aquela oração que ficou chamada de “Pai Nosso”.  

Num determinado momento da oração, Jesus disse assim: “E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”. A mesma palavra usada por Jesus quando disse “livra-nos do mal” é a palavra maligna, que Tiago usou.  Página 12 de 24

O que isso significa? Que Jesus ensinou a orar diariamente o seguinte: “Pai, não nos deixes cair na tentação de querermos controlar nossa própria vida. Não nos deixes cair na tentação de não depender do Senhor. Não nos deixes cair na tentação de achar que os nossos caminhos são melhores do que os Teus caminhos. Não nos deixes cair nessa tentação e livra-nos do mal, livra-nos do mal da autosuficiencia, livra-nos do mal dessa arrogancia, dessa pretensão humana de querer controlar a própria vida sem depender do Senhor. Livra-nos desse mal!”

 

O segundo pecado, que resulta do secularismo, é o materialismo. Porque quando Deus é retirado do centro da vida, um lugar fica vazio dentro do nosso coração e esse vazio precisa ser preenchido só que se não for preenchido por Deus, acaba sendo preenchido por ídolos, e o ídolo mais poderoso da história do ser humano se chama bens materiais ou dinheiro. 

Aqueles homens diziam: “Faremos negócios e ganharemos dinheiro”. A realização na vida se reduz a ter coisas. A pessoa precisa ter pra ser feliz. Isso é materialismo.

Quando o apóstolo Paulo escreveu para o discípulo Timóteo, ele disse, (1Tm 6.8-10): “...Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos”. Perceba esta frase: “desejos descontrolados e nocivos”. 

O nosso grande problema é que olhamos para o dinheiro, como diz Richard Foster, como uma coisa e não como uma entidade. 

No mundo antigo dinheiro é entidade. Qual a diferença do dinheiro ser uma coisa e ser uma entidade? É que coisa não tem poder sobre mim; já uma entidade exerce poder de fascinação, de sedução. Entidade faz perder o controle. Dinheiro não é coisa, é entidade. 

Pensa nas pessoas que estão aí, envolvidas nos esquemas milionários de corrupção; pensa em alguns nomes. Agora, aponte apenas um que entrou nessa de corrupção, porque era pobre, não tinha nem o que calçar direito. 

Ora, esses caras aí, todos eles moravam bem, estavam acostumados comer do bom e do melhor, o carro deles era dos mais caros e, no final de semana, se quisessem, podiam viajar pra qualquer parte do mundo, de jatinho, de yate... E eles se perderam porque eram pobres? Não. Eles se perderam porque o dinheiro é uma entidade, é ídolo. E os ídolos comem vivos os seus adoradores. 

E, verdade, um dos maiores e mais poderosos ídolos do nosso mundo contemporâneo se chama dinheiro. As pessoas confiam que se conseguirem dinheiro, tudo está resolvido pra elas e não precisam de mais nada. O pensamento é: “Se conseguirmos dinheiro a gente não precisa nem de Deus”. Cuidado pra não ser consumido por esse ídolo.

 

E terceiro pecado do dia a dia de muitos: alienação, esse é um pecado que leva o ser humano a expressar o seguinte: “Eu quero ser feliz, não me importa o outro. Eu quero prosperar, não me importa o outro. Eu quero ter sucesso profissional, não me importa o outro. Eu quero ter o máximo de dinheiro que eu puder, não me importa o outro”. Alienação.  O ser humano perde a noção do que é a vida, porque a vida não se resume no que eu tenho, a vida não é ter dinheiro. 

O que é a vida? Olha o que Tiago diz, v.14: Vocês nem sabem o que acontecerá amanhã. Vocês confiam no seu projeto, mas nem sabem se vão amanhecer vivos. Você não sabe se vai voltar pra casa hoje. 

Aí Tiago diz: “Gente, põe a mão na cabeça e pensa: O que é a vida? A vida nesse mundo é breve”. 

Uma mulher norte-americana que perdeu um ente querido naquele furacão Katrina, encontrou um jeito especial de lidar com a morte. Ela pintou uma parede na frente da casa e escreveu essa frase: “Antes de eu morrer, pontinhos, pontinhos, pontinhos...” e uma linha na frente. As pessoas que passavam pela rua, viam, pegavam um giz e respondiam a pergunta que, talvez, muitas não tivessem feito para si mesmas até então. “Antes de eu morrer, eu quero...”. 

Mas uma coisa chocou aquela norte-americana. Ela ficou chocada com a superficialidade das pessoas, que respondiam coisas como: “Antes de morrer, eu quero viajar bastante... eu quero um carro importado... eu quero ser a sensação do YouTube”. 

Mas, olha só o que ela disse numa palestra: “Nessa era de crescentes distrações, é fundamental encontrar meios de manter o foco e lembrar que a vida é breve e frágil. Somos sempre desencorajados a falar, ou mesmo a pensar, sobre a morte, mas compreendi que a preparação para a morte é uma das coisas que mais podem nos fortalecer. Traz clareza à nossa vida”.

Se um médico dissesse pra você: “Olha, é certeza, você tem dez anos de vida”. Você vai continuar fazendo as coisas que faz? Vai continuar gastando a vida em coisas supérfluas?  Um ícone do nosso tempo é esse aí (Steve Jobs), que diz assim: “Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante”. 

 

Quem tem o diagnóstico de que vai morrer, o que faz? Atravessa o país, por exemplo, pra pedir perdão a uma pessoa que ele não falava a trinta anos. Mas por que não fez isso antes?

Porque tinha vergonha, mas diante do fato de que vai morrer, perde a vergonha. 

Quer dizer, se eu tenho consciência de que a vida é breve, eu aproveito cada segundo da vida, não de forma egoísta, mas altruísta. 

Três pecados que a maioria das pessoas têm em sua rotina: secularismo, materialismo e alienação.

Mas tem as sete virtudes apresentadas por Tiago que podemos cultivar! A primeira é a dependência de Deus, ele fala no v.15. Ao invés de você viver com a mente secularizada, com o coração materialista e alienado da vida, retome a dependência de Deus.  

Tiago diz, “vocês deveriam dizer se o Senhor quiser. Se o senhor quiser, eu vou ser um profissional bem sucedido. Se o senhor quiser, eu vou trocar de carro no final do ano”. Se o Senhor quiser.  

Mas sabe, essa frase não é uma gíria gospel, porque tem gente que ama colocar o nome de Deus nas coisas, mesmo sem saber a vontade dEle. Por exemplo: “Se Deus quiser, eu caso com aquele homem”. O homem fala: “Se Deus quiser, eu caso com aquela mulher”. Mas, e se aquele homem ou aquela mulher nem é temente a Deus, nem segue o mesmo Deus que você? Então não precisa dizer “se Deus quiser”, porque Deus não quer que você se una em casamento a uma pessoa que não compartilha da mesma fé e da mesma espiritualidade que você! 

Essa frase “se Deus quiser” não é gíria gospel, é a declaração de um coração dependente de Deus.

 

Segunda virtude que uma pessoa precisa ter para um dia a dia de mais qualidade: ter prioridades claras.

Alguém pode achar que Tiago é contra fazer planos, que é pecaminoso fazer planos, mas não é isso. 

O nosso Deus é um Deus que faz planos. Deus planejou a criação do universo, Deus planejou a salvação do ser humano. Então, não pense que Tiago está dizendo que é errado ter um plano. 

O que Tiago diz é: “Faça planos, mas baseado no querer de Deus. Nós vamos fazer isto ou aquilo, se assim, Deus quiser”. A vontade dEle importa!

O problema é, conforme escreveu o autor do livro “Coma Este Livro”, “Vivemos numa época na qual temos sido todos treinados desde o berço para escolher por nós mesmos o que é melhor para nós... ”. “... As três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, são substituídas pela trindade pessoal dos meus Santos Desejos, minhas Santas Necessidades e meus Santos Sentimentos”.

Muitos de vocês têm crianças pequenas em casa. E nossa cultura tupiniquim é permitir que elas determinem o que elas querem, e do berço já permitimos que façam isso: “Oh! filhinho da mamãe quer comer agora, quer? Não! Mais tarde? Tá bom. Mais tarde mamãezinha volta tá! Oh! bebezinho, lindo, quer dormir agora, gracinha da mamãe? Ah! Não. Não tem problema, mamãe fica acordada até mais tarde!” 

E olha o efeito disto para a nossa espiritualidade: As três Pessoas da Trindade Santa são substituídas pela trindade pessoal: meus santos desejos, minhas santas necessidades, meus santos sentimentos.  

O que muitos jovens estão resolvendo fazer hoje, não é da vontade clara de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, mas é a vontade dos seus santos desejos, das suas santas necessidades e dos seus santos sentimentos. 

O que muitos homens e mulheres estão fazendo hoje, é da vontade de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo? Não! Muitos estão fazendo as coisas somente interessados nos seus santos desejos, nas suas santas necessidades e nos seus santos sentimentos.

Mas como corrigir a vida? Como descomplicar nossa rotina secularizada, materialista e alienada?

O autor daquele livro A Tríade do Tempo, desenvolveu uma ferramenta que se baseia em três esferas é um método que ajuda a ter mais qualidade de vida. Funciona assim: você classifica suas tarefas em uma das três esferas.

Uma esfera tem o nome de Tarefas Importantes. São aquelas tarefas que trazem resultado e fazem diferença na vida da gente, quer no aspecto físico, mental, espiritual ou emocional. Por exemplo: exercitar-se, dedicar-se às pessoas que ama, orar, buscar novos conhecimentos, dedicar-se ao seu lazer e a outras coisas que te fazem sentir bem. Tarefas importantes.

Tem as Tarefas Urgentes. São aquelas que precisam ser feitas com urgência, que não podem ser adiadas. São como os “incêndios” que precisam ser apagados com rapidez. Tem tarefas desse tipo na sua vida?

 

E a terceira esfera é a das Tarefas Circunstanciais. São aquelas que a gente é levada a fazer por causa dos outros ou por causa de algum hábito que precisa ser eliminado. Tarefas circunstanciais só desperdiçam o nosso tempo, por exemplo: conversas fiadas, programações fúteis da televisão.

Qual das três esferas tem ficado mais cheia para você? O ideal para se ter qualidade de vida é que a esfera do Importante seja bem maior do que as outras.

Falando em qualidade de vida, algumas pessoas têm distrações mas não tem descanso, e descansar é diferente de distrair. Descanso é quando você vira pro seu trabalho e fala assim: “Trabalho, por hoje chega, viu!” É fazer como o próprio Deus Criador fez no primeiro capítulo de Gênesis: Deus descansou. Ele disse: “Tá bom, chega! Vou descansar”.

Descanso é tempo de descanso, não é distração. Distração é quando você está meio estressado e diz assim: “Ah! Vou dar uma olhada se alguém postou alguma no Facebook”. E aí você gasta meia hora se distraindo com o Face. Ou “deixa eu assistir um filme”, e aí você passa um tempo no sofá. Isso é distração. 

O descanso precisa estar na esfera das coisas importantes.

Então, como descomplicar sua rotina, seu dia-a-dia? Três coisas pra considerar, primeira: responda a pergunta quem é você? Quais são as virtudes que Deus te deu? Quais são as limitações que você possui? Quais sãos as coisas que Deus te capacitou a fazer na vida?  

 

Segunda pergunta: qual o seu momento de vida? Qual a fase que você está e quais são as suas prioridades hoje? 

Isto leva à terceira pergunta: qual é o querer de Deus nesse momento da sua vida? Não deixe o acaso te conduzir. 

E, finalmente, a terceira virtude que Tiago aponta é a determinação.  Olha o v.17: “quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado”. Aqui Tiago nos leva a pensar no pecado da omissão. 

Normalmente pensamos nos pecados das atitudes: “Pensei uma coisa errada, pequei; tive raiva de Fulano, pequei; falei uma mentira, pequei”. Mas, Tiago diz: “Você precisa enlarguecer um pouquinho mais o seu conceito de pecado”. 

Pecado também é deixar de fazer o bem. Portanto, viver a vida como se fosse um acaso, é pecado, porque a vida é pra ser vivida conforme o propósito de Deus. 

Viver a vida que Deus te deu conforme a filosofia do Zeca Pagodinho, “deixa a vida me levar, vida leva eu”, é pecado. Você precisa ter a determinação de viver a vida conforme as prioridades de Deus.

Não fazer assim, Tiago chama isso de pecado. E pecado no grego é uma palavra que significa “errar o alvo”. 

Tiago está dizendo que viver a vida fora do propósito de Deus, é errar o alvo. 

Então, você precisa ser determinado: Deus tem prioridades para a sua vida, portanto, não viva ao acaso, não deixe a vida te levar. É você que determina.

 

Pra concluir, veja essa frase do Fernando Veríssimo: “A maneira como você encara a vida é que faz a diferença. A vida muda quando você muda”.

Quando você decide que Deus vai dirigir a sua vida e que você não vai viver mais por acaso, a vida muda.

A vida muda quando você muda. Quer descomplicar sua rotina tão agitada, tão secularizada, materialista e alienada? Tome estas três virtudes.

Dependência de Deus

Prioridades claras

Determinação

 

Pr Walter Pacheco da Silveira, baseado em IP Chácara Primavera

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