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DINHEIRO. MEU BEM.

Salmo 62.10

 

“Se as riquezas de vocês aumentam, não ponham nelas o coração”. - NAA

 

INTRODUÇÃO

Faz algumas semanas que temos trabalhado uma série de mensagens sobre a mordomia cristã; é uma sequência de pregações que chamo de Pura Mordomia.

E lembro que esta mordomia nada tem a ver com mordomia no sentido de regalia, privilégios ou vantagens.

 

Ainda que você esteja acostumado a ouvir as pessoas falando, quando te vêem assim, sentado no sofá da sala, recebendo tudo na mão, e elas falam: “Que mordomia, heim!” Ainda que exista esse significado, a palavra mordomia no sentido original significa administração.

 

O mordomo é um administrador. É um funcionário contratado para administrar a casa e os pertences do patrão. O mordomo cuida do que não é seu.

 

E sabe, é um ensino bastante claro das Escrituras Sagradas, que tudo a nossa volta, pertence a Deus. E não só o que está a nossa volta, nós mesmos pertencemos a Deus.

Somos de Deus por direito de criação. Ele nos fez! Somos de Deus por direito de preservação. É Ele quem nos sustenta. Já imaginou: não fosse a vontade de Deus, nosso fôlego de vida cessaria. E também pertencemos a Deus por direito de redenção. O pecado nos colocou debaixo do domínio do diabo, mas Deus nos comprou de volta para Ele, mediante a morte de Jesus na cruz.

 

Portanto, tudo pertence a Deus e nós também! E qual é o nosso papel? Somos os mordomos nesse mundo de Deus.

 

Olha esse versículo do primeiro livro da Bíblia, Gn 2.15: “O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar”.

Só Deus tem o direito de propriedade (o jardim é dEle, o mundo é dEle, o homem é dEle); e para nós, seres humanos, cabe o direito de usar. O texto fala em “cultivar e guardar”. Deus criou e colocou o homem para usar direito o que Deus criou, administrar, guardar.

 

Então, enquanto estivermos neste mundo, somos mordomos das coisas de Deus. Nossa responsabilidade é administrar bem.

 

A pessoa que se tornou verdadeiramente cristã, que é temente a Deus, reconhece que tudo é de Deus.

Até a condição para conseguir riqueza, quem é que dá? Olha esse texto da Bíblia, Dt 8.18: “Lembrem do SENHOR, nosso Deus, pois é ele quem lhes dá força para poderem conseguir riquezas” (NTLH).

 

É Deus quem dá a capacidade para enriquecer. Esse verso mostra que Deus não é contra a riqueza e nem a favor da pobreza; o verso diz que Deus dá sabedoria para adquirirmos riqueza.

 

E, ouça, esse é o meu assunto hoje: é preciso aplicar mordomia aos bens que Deus nos permite ter e isto inclui o dinheiro.

Este não é um assunto sem importância. Eu soube de um estudioso da Bíblia e autor de livros, Howard Dayton, que pesquisou ter na Bíblia, mais de dois mil e trezentos versículos sobre dinheiro, sobre bens e sobre riqueza.

 

Metade das parábolas de Jesus mencionam o dinheiro. Além disso, nas epístolas ou cartas dos apóstolos, vemos que eles falam, ensinam e corrigem os cristãos no uso do dinheiro. Então, este é um assunto importante!

 

Existe a MORDOMIA DO CONSEGUIR RIQUEZA.

A Bíblia, em lugar nenhum condena a aquisição de dinheiro, muito ao contrário, viu esse texto? Diz que Deus dá força, capacidade, sabedoria, condição para se conseguir riqueza.

 

Jesus contou duas parábolas interessantes sobre a riqueza, sobre o dinheiro. Nos evangelhos temos a Parábola dos Talentos e a Parábola das Dez Minas e nelas, Jesus deixou claro que ganhar dinheiro é uma capacidade que Deus deu ao homem.

 

O ser humano recebeu de Deus essa capacidade. O que devemos fazer com ela? Devemos procurar desenvolver.

Conseguir dinheiro é uma arte que todo crente deve cultivar. E a propósito, essa é uma das nossas necessidades. O reino de Deus precisa de um maior número de crentes genuínos que se esforcem por desenvolver a sua capacidade aquisitiva.

 

Ora, quanto mais dinheiro uma pessoa temente a Deus conseguir, mais recursos para a obra de Deus vai ter!

 

Agora, não faça disso, entretanto, o objetivo principal da sua vida. Se você viver só pra conseguir dinheiro, você estará cometendo um pecado grave.

A Bíblia faz um grande alerta neste ponto, veja isto: “Mas os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos insensatos e nocivos, que levam as pessoas a se afundar na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a atormentaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.7 – NAA).

 

O dinheiro não é coisa ruim; ruim é o amor ao dinheiro. A Bíblia diz que amar o dinheiro é a raiz de todos os males. Uma pessoa pode ser milionária e não ter amor ao dinheiro. E uma pessoa pode ser pobre e amar o dinheiro com ganância. Vai ter dois problemas: falta de dinheiro e uma raiz maligna no coração.

 

O Salmo 62.10 adverte: “...se as suas riquezas aumentam, não ponham nelas o coração” (NVI). Pessoas que colocam a sua paixão no dinheiro, tem sido levadas à ruína espiritual.

 

A gente viu que está escrito na Bíblia que Deus dá capacidade para enriquecer. Porém, se essa capacidade não é bem administrada, se não for aplicado mordomia nela, ganhar dinheiro vai ser um tormento para a pessoa.

Ouvi falar de uma certa senhora crente, que pediu numa reunião de oração, que a igreja lembrasse de orar a Deus por seu filho, porque ele estava ganhando muito dinheiro. A preocupação no coração da mãe era que o filho se perdesse.

 

Adquirir fortuna rápida, é um perigo na vida do crente; é um perigo na vida de qualquer um, mas quando a pessoa é crente, o perigo é dela se desviar da fé.

 

Por outro lado, presta atenção, se a pessoa consegue mais dinheiro e essa conquista é acompanhada do joelho no chão e dos olhos voltados para os céus, ah! vai ser bênção para a vida da pessoa e vai ser bênção também para o mundo e para o reino de Deus.

E é assim que o bom mordomo procura fazer; primeiro, ele reconhece que foi Deus quem deu pra ele a capacidade de ganhar dinheiro.

 

E segundo, ele conta com Deus na administração, na mordomia do seu dinheiro. Essa pessoa pode enriquecer que não correrá o perigo de se desviar da fé.

 

E sabe qual é o princípio básico da mordomia do ganhar dinheiro? É a honestidade. No pouco ou no muito, devemos fazer da honestidade a regra número um das nossas conquistas.

Se o negócio em que estivermos envolvidos fere os princípios de Deus, sai desse negócio, porque o dinheiro ganho desonestamente, não é abençoado.

 

O profeta Ageu declarou isto: “Seus salários desaparecem como se vocês os colocassem em bolsos furados” (Ag 1.6 – NVT). Não compensa.

Há muitas maneiras desonestas de ter dinheiro e o crente deve se prevenir contra elas; você será chamado de bobo, mas seja honesto.

 

Algumas maneiras desonestas de ganhar dinheiro, são:

Pegar dinheiro emprestado sem ter a intenção de pagar. Eu sempre dou um conselho a quem me procura com a dúvida se empresta ou não empresta. O conselho é: Não empresta não. Se você pode dar, dá.

 

Tirar vantagem de um negócio, se aproveitando da inocência do próximo.

 

Pagar alguém que te prestou um serviço, menos do que o merecido. A pessoa, num dia de sol quente, carpiu ou capinou à enxada todo o mato em frente à sua casa, e você diz: “Toma aqui dez reais”.

Faltar ao serviço sem motivo justo.

 

Usar o dinheiro destinado a uma coisa e gastar com outra.

 

Essa lista pode ser aumentada. Mas, fica esperto. Aplica mordomia no ganhar dinheiro, porque se não fizer isso, você vai ter dinheiro, mas não vai ser abençoado não.

 

E agora passo ao ponto seguinte: se é preciso aplicar mordomia no ganhar dinheiro, também é preciso aplicar a MORDOMIA NO GASTAR o dinheiro.

Não é fácil ganhar dinheiro de forma honesta. Mas, sabe o que é mais difícil ainda? É usar com sabedoria o dinheiro conseguido.

 

O apóstolo Paulo disse a Timóteo, por carta, que ele recomendasse aos abastados do seu grupo: “Aos que têm riquezas neste mundo ordene que não sejam orgulhosos e que não ponham a sua esperança nessas riquezas, pois elas não dão segurança nenhuma. Que eles ponham a sua esperança em Deus, que nos dá todas as coisas em grande quantidade, para o nosso prazer! Mande que façam o bem, que sejam ricos em boas ações, que sejam generosos e estejam prontos para repartir com os outros aquilo que eles têm. Desse modo eles juntarão para si mesmos um tesouro que será uma base firme para o futuro. E assim conseguirão receber a vida, a verdadeira vida” (1Tm 6.17-19 – NTLH).

 

Portanto, use o seu dinheiro com sabedoria.

 

E seja econômico! A palavra economia vem da mesma raiz que a palavra mordomia, no grego.

O mordomo é uma pessoa que sabe praticar a economia na administração dos bens que Deus lhe permitiu ter. Quer esses bens sejam poucos ou muitos, devemos ser econômicos.

 

Irmão, se nós crentes fôssemos mais econômicos, o dinheiro que temos daria pra fazer mais. O problema de muitos é não terem método no gastar. Sabe quando a pessoa tem e gasta tudo... e quando não tem, toma emprestado?

 

Tem muito crente com a vida financeira tão enrolada, que diante dos que não são crentes, a vida deles é uma pedra de tropeço. Todo mundo precisa se achegar a Deus, andar no caminho de Deus, mas a vida financeira de alguns servos de Deus, são pedra de tropeço.

 

Um bom hábito é você ter uma anotação para as despesas do mês. Seja você casado ou solteiro, anote: você ganha tanto, tem que pagar tanto, e é bom não comprometer tudo, reserva um pouco para os imprevistos, porque eles acontecem!

O uso que você faz do dinheiro é muito importante na sua vida, porque revela o seu caráter.

 

O dinheiro é a pedra de toque que ajuda avaliar o quilate de um cristão.

 

Você sabe que as pedras preciosas são medidas em quilates; o ouro por exemplo, quanto mais puro, mais quilates. Para saber disso, os joalheiros usam a pedra de toque. Então, tem a pedra, ele pega a peça de ouro e dá um risquinho na pedra. Aí, pinga um reagente químico sobre aquele risco feito na pedra. Se o risco desaparecer, o joalheiro saberá: “esse ouro aí, não é ouro, não!”

 

O dinheiro é a pedra de toque que ajuda a saber quanto caráter tem aquele crente. Você observa como ele usa o dinheiro e vai constantar: é esse legítimo. Tem elevado grau de pureza nele. Dependendo do uso que faz do dinheiro, você saberá e talvez, diga: “Ah! Quem te viu, quem te ver. Esse aí não me engana, não!”

 

A maneira de agirmos com respeito ao dinheiro, revela de modo saliente o valor do nosso caráter.

 

Há, por último, uma questão que devo apresentar: JESUS É EXEMPLO DE MORDOMIA DOS BENS.

Jesus é o Senhor e o Criador de todas as coisas, mas está escrito: “Pois vocês conhecem a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês” (2Co 8.9 – NAA). Também nos evangelhos está escrito: “As raposas têm as suas tocas e as aves do céu têm os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20 – NAA). O estilo de vida que Jesus escolheu foi simples.

Mas, com toda a simplicidade que escolheu ter, Jesus precisou de dinheiro, para Ele próprio e para o grupo dos discípulos.

 

Jesus até nomeou um tesoureiro de nome Judas, para guardar as ofertas que ajudavam a custear as despesas.

 

E Jesus nos ensinou uma grande lição de economia, quando multiplicou os pães para alimentar uma multidão.

Após aquele milagre, Jesus disse aos discípulos: “Recolham os pedaços que sobraram, para que nada se perca” (Jo 6.12 – NAA).

 

Nesse gesto, Jesus deixou revelado o Seu escrúpulo em questões financeiras.

 

Que nós, seguidores de Jesus, imitemos o Seu exemplo! Sejamos bons mordomos do dinheiro.

 

Ministração

Mc 8.36: “De que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”

Pr Walter Pacheco da Silveira, 8.11.2020

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