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A MORDOMIA DO TEMPO

Efésios 5.15-16

 

“Portanto, tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus”. – NAA

 

Introdução

Em nossa série de mensagens sobre mordomia, vamos hoje considerar o tempo, a mordomia do tempo.

O homem aprendeu a dividir o tempo em períodos longos e curtos: tem os segundos, os minutos, as horas, os dias, as semanas, os meses, os anos, as décadas e os séculos. Quem gosta de velocidade como se vê nas corridas de Fórmula Um, ouve até falar dos milésimos de segundo. A Física Moderna tem números menores ou maiores ainda!

 

É costume universal falar da existência, alguém que passa pela vida neste mundo, que por exemplo, viveu vinte anos, noventa anos, cem anos!

 

Mas, sabe, ainda que seja um costume falar assim, a vida de uma pessoa dificilmente pode ser medida em meses ou anos. A vida é mais do que simplesmente existir.

Jesus apontou essa verdade, quando perguntou: “Não é a vida mais do que o alimento [...]?” Mt 6.25 – (NAA). Sim, viver é mais do que comer, que é a necessidade básica para a existência do ser vivo.

 

Mas a vida de uma pessoa, não dá para ser contada pela quantidade de tempo que ela viveu. Isso é válido para a documentação: “Quantos anos você tem? – Eu tenho 56”. Aí, preenche o documento. Mas na real mesmo, o tempo de vida de uma pessoa vale, não é pela quantidade de tempo que viveu, mas pela intensidade com que viveu o tempo que teve.

 

Tenha certeza: uma pessoa pode ter vivido apenas 25 anos ou menos, e ter vivido bem mais do que outro que tinha 70 anos.

 

O tempo de vida é precioso e ele vale pela intensidade e sabedoria com que vivemos.

 

Deixa eu lhe falar sobre a PRECIOSIDADE DO TEMPO.

O crente deve lembrar a cada momento que a sua vida é muito preciosa, preciosa no grau mais elevado. O crente tem o dever de ser um mordomo cuidadoso do tempo.

 

O apóstolo Paulo recomenda: “Portanto, tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5.15-16 – NAA).

 

O conselho bíblico é: aproveite bem o tempo. Você deve usar o seu tempo como usa o dinheiro, com sabedoria. Nosso tempo deve ser investido no que traz benefício eterno. Tempo é caro!

 

Um dia, atravessando o deserto, um viajante inglês viu um árabe pensativo ao pé de uma palmeira. À uma pequena distância dele, descansando, estavam os seus camelos, todos carregados. Aquele árabe parecia ser vendedor de objetos caros como jóias, perfumes, tapetes persas... O inglês se aproximou do negociante, observou e disse: “Olá, amigo! O senhor me parece preocupado. Posso ajudar?” O árabe disse com tristeza: “Ah! Estou muito aflito. Acabo de perder a mais preciosa de minhas jóias!” Intrigado, o inglês, tentou consolar, falando que a perda de uma jóia não devia ser tão grande para quem tinha os camelos carregados daquele jeito. Ele disse: “Não vai ser difícil substituir a jóia que perdeu!” Nisso o vendedor árabe, explicou: “Ah! Não é bem assim. O amigo não sabe o valor da jóia que perdi. Estava encravada num pedaço de pedra da Vida e tinha sido feita na joalheria do Tempo. Tinha vinte e quatro brilhantes ao redor, junto de outros sessenta brilhantes menores. Jamais se fará uma jóia como aquela, porque a jóia perdida, meu caro amigo, era um dia, e um dia que se perde não se encontra mais”.

 

Deve ter sido pensando numa história parecida com essa, que, quem sabe, antigo educador norte-americano, Horace Mann, publicou o seguinte anúncio: "Perderam-se duas horas cravejadas de sessenta brilhantes cada uma. Não se dá recompensa a quem achar e entregá-las, porque essas jóias não se tornam a encontrar jamais".

 

Irmãos, nós somos possuidores de uma enorme riqueza, que são os minutos, os dias e os anos que temos para viver.

Há pessoas chorando o tempo perdido. Para se livrar disso, você precisa administrar bem cada minuto, cada momento da sua vida. Portanto, cuide dessa jóia de valor como bom mordomo, para não perdê-la e chorar o tempo perdido.

 

Sabe por que você deve se aplicar à mordomia do tempo? É porque NOSSO TEMPO PERTENCE A DEUS.

Temos falado aqui, repetidas vezes, que nossa vida pertence a Deus. E o tempo que existimos nesse mundo, é parte da nossa vida; pertence a Deus também.

 

Ora, é Deus quem nos dá o tempo e por bondade dEle, podemos usar o tempo para ganhar o nosso sustento, ter o nosso descanso, o nosso lazer e realizar todas as outras atividades da vida. O tempo não é nosso, é uma dádiva de Deus! Ele dá e permite que usemos, mas o tempo é sagrado, tem que ser usado direito.

 

Veja esse texto (Ex 20.8-9)! Deus pede o mínimo do nosso tempo e esse mínimo é um dia em sete.

A guarda do dia de descanso não é coisa facultativa. É mandamento de Deus, está escrito: “Lembre-se do dia de sábado, para o santificar. Durante seis dias você pode trabalhar e fazer toda a sua obra, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao SENHOR, seu Deus”.

 

A palavra sábado significa descanso. No começo de tudo, foi o sétimo dia, o dia em que o próprio Deus, o Criador, descansou. A Bíblia diz: “E havendo Deus terminado no sétimo dia a sua obra, que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que tinha feito. E Deus abençoou o sétimo dia e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, tinha feito” (Gn 2.2 – NAA).

 

E no quarto mandamento, então, Deus estabeleceu: “Lembre-se do dia de sábado [...] o sétimo dia é o sábado dedicado ao SENHOR”.

 

Cabe explicar que com a ressurreição de Jesus no primeiro dia da semana, o dia de descanso mudou do sétimo para o primeiro, passou a ser o Domingo, mas o propósito continua: é dia de descanso, é dia dedicado ao Senhor.

 

A pessoa que não observa o dia de descanso, está usando um tempo que não lhe pertence.

Tem havido crentes que aproveitam o dia de descanso para mais trabalho, ou para mais lazer.

 

Mas eu te chamo a atenção para o mandamento: “o sétimo é o sábado dedicado ao Senhor”. Você pode ir até brincar na piscina, fazer churrasco o dia inteiro, e esticar o corpo no sofá à noitinha, mas a prioridade é o Senhor. Tem que ter culto nesse dia, tem que ter adoração, tem que ter louvor, tem que ter descanso. A alma precisa desse dia.

 

Irmãos, eu preciso que vocês tenham a mente mais esclarecida quanto à mordomia do Domingo. Nenhuma igreja vai prosperar, vai crescer, se os seus membros relaxam em guardar o Dia do Senhor.

E eu te lembro: O Domingo é o mínimo. Organize a sua vida de tal maneira que você possa dar o melhor do seu tempo para as coisas de valor eterno.

 

Porque, o fato é que as coisas materiais são transitórias. Podem ser linda e caras, mas durarão somente enquanto durar este mundo. O que é do reino de Deus, não; durará para a eternidade. Portanto, seja bom mordomo do tempo, porque ele pertence a Deus.

 

Veja esse poema, atribuído a um padre do século XVI. Eu não sei declamar, não; mas vou fazer do meu jeito:

 

TEMPO E CONTA

Deus pede estrita conta do meu tempo

 

E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.

Mas, como dar, sem tempo, tanta conta.

Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

 

Para dar minha conta feita a tempo,

O tempo me foi dado, e não fiz conta;

Não quis, sobrando tempo, fazer conta.

Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

 

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,

Não gasteis vosso tempo em passatempo.

Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,

Quando o tempo chegar, de prestar conta

Chorarão, como eu, o não ter tempo....

 

Tendo falado sobre a preciosidade do tempo e que nosso tempo pertence a Deus, vamos pensar agora no TEMPO DESPERDIÇADO.

Na Bíblia, o apóstolo Pedro, escreveu aos cristãos, dizendo: “Então, de agora em diante, vivam o resto da sua vida aqui na terra de acordo com a vontade de Deus e não se deixem dominar pelas paixões humanas. No passado vocês já gastaram bastante tempo [vocês já perderam muito tempo] fazendo o que os pagãos gostam de fazer”; e ele enumera algumas coisas. (1Pe 4.2-4 – NTLH).

 

Uma situação dura de se ver, lamentável mesmo, é como a maioria das pessoas desperdiçam o tempo que elas têm.

 

Já ouviu a frase: “O tempo é dinheiro”? É “fake”; não é uma verdade. O tempo é diferente do dinheiro. Você tem um “lobo guará” no bolso (R$ 200,00), eu sei que você tem. Aí, você gasta, fica sem ele. Mas você pode recuperar, não pode?! O tempo, não. O tempo não pode ser guardado, não pode ser acumulado.

 

O tempo a gente tem que usar à medida que Deus dá. Você vai recebendo de Deus, hora por hora, momento por momento, e deve fazer o seguinte: ir usando bem.

 

Quem desperdiça o tempo, está prejudicando a si mesmo. Mas, não só a si mesmo, está prejudicando também às pessoas a sua volta. Tem gente que é mestre em roubar o tempo dos outros.

Para essas pessoas, dá vontade de dizer o que disse um filósofo antigo: "Não me tires aquilo que não me podes dar". Mas, dizer isto pra um ladrão, ele vai te roubar e te matar. Melhor mesmo é você se prevenir.

 

Como que a gente esbanja ou desperdiça o tempo que Deus nos dá?

 

Primeiro, quando nos ocupamos com conversas fúteis e inúteis.

É muito agradável conversar. Eu, por natureza sou mais de ouvir do que falar, mas como eu aprecio quem sabe conversar.

 

Mas, toda conversa precisa ter conteúdo e propósito. Conversas fúteis, que pra nada aproveitam, devem ser evitadas.

 

É bíblico, lemos em 1Co 13.25: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (ACF).

 

Segundo, se desperdiça tempo em leituras sem proveito.

Nosso tempo é pouco e extremamente valioso. Você deve selecionar com cuidado as coisas que vai ler.

 

Aí, alguém fala: “Não, eu não sou de ficar fazendo leitura, não!” Ah não! No WhatsApp você fica fazendo o quê? No Face? As redes sociais estão cheias de coisas de péssimo gosto pra ficar lendo.

 

Terceiro, você desperdiça tempo quando fica ocupado em atividades não essenciais.

Há pessoas que gastam tempo demasiado em coisas boas, mas que não são essenciais: passeios, vídeo-game...

 

É certo que precisamos de momentos para nos distrair, todavia, não devemos permitir que eles se tornem a parte mais importante da nossa vida.

 

Tem mulher casada que vive dizendo: “Eu queria ser como o carro do meu marido...”.

 

Quarto, você desperdiça tempo, matando o tempo.

Quando passamos grande parte do tempo não fazendo nada, nada de útil, nada de produtivo, estamos desperdiçando o tempo. Se você tem tendência pra isso, pra matar o tempo, sai fora.

 

Isso lembra uma senhora... perguntaram o que ela fazia do tempo que tinha, ela respondeu: “Às vezes eu tô sentada, pensando...; e outras vezes eu só tô sentada”.

 

Por último, quero apresentar algumas RECOMENDAÇÕES PARA O BOM USO DO TEMPO.

Número um – seja organizado. Uma pessoa organizada, vive no mesmo período de tempo, duas vezes mais.

Não podemos planejar os imprevistos, mas podemos planejar a rotina.

 

Se você sabe o que vai fazer, quando inicia o seu trabalho, já tem metade do trabalho feito.

 

Segunda forma de usar bem o tempo: ser pontual com as coisas.

A pontualidade faz parte da mordomia do tempo. Ser pontual não é ser escravo do relógio; ser pontual é respeito.

 

Poderá alguém dizer que um minuto não tem importância, mas é de minutos que a vida é feita. Formemos o hábito da pontualidade.

 

Terceira forma de aproveitar bem o tempo: Dividir o tempo com equilíbrio.

Algumas pessoas dão tempo demais para os divertimentos, outros para o trabalho e outros para o descanso.

 

Distribua o tempo com sabedoria!

 

Número quatro: O tempo pode ser usado melhor em favor do próximo.

Cada minuto usado em socorrer um necessitado, em apontar o caminho da vida eterna para alguém, em levantar o caído... é um tempo muito bem contado no relógio divino.

 

Conclusão

Quero terminar com a leitura deste verso: “Escutem, agora, vocês que dizem: “Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e faremos negócios, e teremos lucros.” Vocês não sabem o que acontecerá amanhã. O que é a vida de vocês? Vocês não passam de neblina que aparece por um instante e logo se dissipa” (Tg 4.13-14 – NAA).

A vida nesse mundo dura só um pouco de tempo. Depois é a eternidade.

 

Pr Walter Pacheco da Silveira, 1.11.2020

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