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PURA MORDOMIA
Gênesis 2.15

“O SENHOR Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar”. NAA

Introdução
Eu quero refletir com todos vocês, sobre o que Deus espera de nós no mundo que Ele criou.
A pergunta que eu e você devemos fazer é: O que Deus quer de mim?
E eu me proponho a te ajudar a encontrar as respostas, porque a compreensão desse assunto influencia a vida da gente em todas as áreas. Talvez, não exista outro assunto capaz de influenciar tanto a vida de uma pessoa, como o assunto da mordomia.
Compreendendo corretamente esse assunto, você saberá administrar sua vida, tempo, família, dinheiro e tudo o mais, com humildade, sabedoria, e fidelidade, porque um dia fará prestação de contas a Deus. Portanto, mordomia é um assunto muito, muito importante.
Mas, esta é uma palavra que precisa ser redefinida em nossos dias.
Mordomia, na mente de todo brasileiro, é um conjunto de vantagens que se ganha, principalmente se for funcionário público de alto escalão. Porque aí, sim, além do bom salário, ele tem benefícios de alimentação, de transporte, de moradia, de saúde, tem auxílio até pra paletó novo, imagina!
Mas, mordomia, no sentido original da palavra, não tem essa ideia de regalia. Mordomia é a função de um mordomo.


E o que é um mordomo? É a pessoa incumbida de administrar as propriedades, os bens, de outra pessoa. O mordomo é alguém que cuida do que não é seu.
Geralmente, uma pessoa rica, contrata um mordomo para administrar suas coisas. Jogadores de futebol e artistas, tem empresário; pessoa contratada para cuidar dos interesses artísticos ou do atleta.
Mas, o mordomo, faz mais; ele realmente é responsável por todos os bens do seu patrão. Ele tem as chaves de tudo!
Tem dois exemplos na Bíblia que nos ajudam a entender o que faz um mordomo.


O primeiro exemplo é Eliézer, servo de Abraão, que Gn 24.2 diz ter sido o “mais antigo servo” da casa de Abraão e que governava tudo o que ele possuía. Mordomo!

Nesse verso não aparece o nome do servo, mas no contexto, em Gn 15.2, lemos do próprio Abraão ter declarado: “o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer”. Damasceno porque era natural da cidade de Damasco.
E está bem claro o que ele fazia: “governava tudo o que [Abraão] possuía”. É o que faz o mordomo.
Um fato interessante é que Eliézer foi até incumbido de procurar uma esposa para Isaque, o filho de Abraão e Sara.
Foi uma tarefa difícil, mas Eliézer cumpriu com sabedoria. Ele localizou uma mocinha de nome Rebeca. Isaque ficou apaixonado e Abraão ficou satisfeito com o seu servo.
Aqui, já cabe uma lição pra nós: Você presta serviço com essa qualidade?

O segundo exemplo bíblico de um mordomo é José, José do Egito, aquele que foi assediado pela mulher de Potifar.
Está em Gn 39.4-6. Lemos nesse texto que José ganhou a simpatia do seu patrão; o verso chama José de escravo, porque de fato, seus irmãos o haviam vendido como escravo para mercadores do Egito, e lá ele foi vendido de novo, dessa vez pelos mercadores para um oficial do Faraó, o senhor Potifar.
Mas, está escrito: “ele [José] ganhou a simpatia do seu dono, que o pôs como seu ajudante particular. Potifar deu a José a responsabilidade de cuidar da sua casa e tomar conta de tudo o que era seu” (v.4 – NTLH). Mordomo!
E no v.6 diz: “Potifar entregou nas mãos de José tudo o que tinha e não se preocupava com nada, a não ser com a comida que comia”. Ele devia
perguntar: “O que vamos ter pro almoço?”
Ora, uma pessoa para ser designada pra esse serviço, ser mordomo, devia mesmo ser alguém de confiança, capaz de administrar os bens confiados nas mãos dela com muita responsabilidade.
E aqui cabe outra lição: Somos pessoas de confiança?
Porque, irmão, nós somos mordomos de Deus! Ora, vivemos no mundo de Deus. Ele criou esse lugar. Tudo pertence a Ele!
Vamos conferir?


Primeiro, o universo pertence a Deus. Olha esses textos: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Criou, é dEle!
Em Gn 14.22 está escrito que Abrão disse: “Levanto minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra”. Ele possui; tá pensando o quê?
No livro de Dt 10.14, lemos: “Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há”.
No Sl 21.4 está escrito: “A terra e tudo que nela há são do SENHOR;
o mundo e todos os seus habitantes lhe pertencem” (NVT). Esse mundo é de Deus!
E, sabe, imediatamente depois de Deus ter criado o ser humano, Deus colocou Adão e Eva num jardim paradisíaco (o nome já dizia tudo: Éden, que significa Jardim das Delícias). Sabia disso?
Deus criou o ser humano, o homem e a mulher, e confiou a eles todas as coisas que havia criado.
Veja o que está escrito em Gn 2.15: “O SENHOR Deus colocou o homem no jardim do Éden para cultivá-lo e tomar conta dele Gênesis 2:15”.
Deus não deu nada de papel passado; Deus não entregou o direito de propriedade. O que Deus fez foi, confiar a Adão a responsabilidade de tomar conta, ou como diz o texto numa versão, para “cultivar e guardar” o que Deus criou. Portanto, Adão não era dono de nada, era tão somente o mordomo, o cuidador, o administrador de tudo que pertence a Deus.
E, segundo, não somente o universo pertence a Deus, mas o próprio homem pertence a Deus.
Sabe aquela coisa da pessoa dizer: “Sou dono do meu próprio nariz”, mas, não é verdade, não. Você é responsável pelos seus atos, mas você não pertence a você. Você pertence a Deus. Todos pertencemos a Deus, (quer ver?), primeiro por direito de criação.

Em Gn 1.27, está escrito! Toda pessoa pertence a Deus, porque foi criada por Deus. Deus nos fez, somos dEle!
No livro do profeta Isaías, lemos isto: “Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ò Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu”. (Is 43.1).
Eu não sou meu. Eu tenho o hábito de cadastrar os contatos de pessoas casadas no celular, do seguinte modo: “Carlos da Celinha; Celinha do Carlos”. Quando é solteiro, é “Fulano de Jesus”. Tô brincado... Mas, é uma forma carinhosa que eu uso pra dar a ideia de pertencer. Mas, eu sei, antes do Carlos ser da Celinha, ele é de Deus. Por isso, Celinha tem que cuidar muito bem do Carlos e o Carlos muito bem da Celinha.

Todos fomos criados por Deus, portanto, pertencemos a Deus por direito de criação.


E, segundo, somos de Deus por direito de preservação.
Quem é que nos sustenta, que nos preserva em vida? Você pode dizer que trabalha pra se manter, ou seus pais trabalham e conseguem dinheiro para manter a família.
Tá. Mas quem é que sustenta a sua vida? A sua respiração, o ar que você respira, os seus batimentos cardíacos?
Uma pessoa que usa marca-passo como o meu pai, pode deixar todo mundo pensando assim: é o aparelhinho que garante que o coração tá batendo. Mas, não é não. O marca-passo só controla o batimento, mas quem dá a força pro nosso coração bater é Deus. É Deus quem nos preserva!

Olha o que está escrito nas Escrituras Sagradas, Atos 14.17; 17.28: (...).
Então, Deus não somente nos criou, Ele também nos sustenta. Deus criou o mundo e não nos abandonou à própria sorte nele. Deus sustenta o Universo e é Ele quem preserva a nossa vida nesse mundo.
Um verso da Bíblia que muito cedo eu aprendi a amar é Lm 3.22, que diz assim: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã” (Lm 3.22-23). Pode aplaudir ao Senhor!


E, terceiro, pertencemos a Deus (primeiro por direito de criação, segundo por direito de preservação) e terceiro, por direito de redenção.
Está escrito no livro do Apocalipse que fomos criados para o prazer de Deus. Já parou pra pensar nisso? Está escrito: “Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas” (Ap 4.11).
Agora, o pecado desviou o homem desse propósito. Por causa do pecado, o homem passou a experimentar a morte, que significa separação de Deus. O diabo gostou disso. É como se ele dissesse: “Já que eu não consegui ser adorado no céu no lugar de Deus, agora, pelo menos o homem eu tenho do meu lado”. E o diabo escraviza o homem.
E o que Deus fez? Deus nos comprou de volta para Ele? Sim, a Bíblia usa esse termo; ela fala em comprar e fala em preço.
Quando o homem pecou contra Deus, ele rompeu com Deus e se tornou escravo do diabo.

Aí, pra Deus ter de volta o homem que foi criado por Ele à Sua imagem e semelhança, custou caro: Jesus, o Filho de Deus foi enviado ao mundo e pagou com a Sua morte na cruz o preço da nossa libertação.
O apóstolo Paulo declarou: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1Co 6.20). Então, por meio de Jesus, Deus nos comprou de volta para Ele.


Conta-se que um menino havia feito, com muito esforço e capricho, um barquinho a motor. E satisfeito, brincava com ele à beira do rio, quando, de repente, o barquinho foi levado pela correnteza. Triste, o garoto voltou pra casa sem o barco que tanto trabalho lhe havia custado. E que surpresa foi pra ele, certo dia, ao ver o barquinho na vitrina de uma das lojas da cidade. Ele entrou, explicou que o barco era seu, mas o dono da loja disse: “Só tem um jeito de você levar esse barquinho. É pagando o preço dele”. O menino voltou pra casa, contou a história pro pai, que lhe deu o dinheiro necessário para a compra do barquinho. Apressado, o menino foi à loja e comprou o barco que, de direito, já lhe pertencia porque ele é que o havia feito. E ao sair, segurando bem firme o barquinho em seus braços, ele falou: “Agora você é duas vezes meu; é meu porque foi feito por mim e é meu porque foi comprado por mim”.
É assim que se dá também conosco! Nós pertencemos a Deus por direito de criação (Deus nos criou), por direito de preservação (Deus quem nos sustenta) e por direito de redenção (Deus nos comprou de volta).
Quando as correntezas do pecado nos afastaram de Deus, o diabo nos achou e nos manteve debaixo do seu domínio. Mas, Deus nos viu e nos comprou de volta pelo preço do sangue de Jesus.
Irmão, talvez não exista outro assunto mais impactante para a vida de uma pessoa, do que este assunto da mordomia.
Pelo menos três coisas você ganhará em compreender esse assunto: Primeiro, a consciência de que nada tem. Tudo é de Deus. Segundo, a consciência de que precisa ser sábio e fiel no uso das coisas que te foram confiadas. Terceiro, a consciência de que haverá prestação de contas diante de Deus.
A Bíblia nos conta sobre Jó. Jó compreendeu que tudo o que ele tinha foi Deus quem lhe deu. Jó declarou: “Nasci nu, sem nada, e sem nada vou morrer!” (Jó 1.21).
O apóstolo Paulo tinha essa consciência também; numa carta ele escreveu ao jovem Timóteo, dizendo assim: “...nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele” (1 Tm 6.7).
Se Jó e o apóstolo Paulo conhecessem o Irmão Lázaro, eles cantariam: “Foi Deus quem me deu, Foi Deus quem me deu. Tudo o que eu tenho, Foi Deus quem me deu”. Uma consciência que também ganhamos ao compreender o que significa ser mordomo.


Em segundo lugar, esse assunto da mordomia é importante porque nos dá consciência de que precisamos ser sábios e fiéis no uso do que nos foi confiado.
Já ouviu falar do rei Salomão, não é? Quando ele assumiu o reinado, ele era muito jovem, tinha pouca experiência de vida... e qual foi a coisa que ele pediu pra Deus? Sabedoria (1 Rs 3.9).

É preciso também fidelidade em usar aquilo que não é nosso. O apóstolo Paulo disse que o despenseiro, um outro nome para mordomo, precisa ser achado fiel. Está escrito: “além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel” (1 Co 4.2).


E, em terceiro lugar, o assunto mordomia é importante porque nos dá consciência de que haverá um dia em que teremos de prestar contas a Deus.
O Dia do Juízo Final será o dia da prestação de contas da nossa vida. Todos os seres humanos de todos os tempos, serão reunidos perante o tribunal de Deus.
Naquele dia, quem não tiver seu nome inscrito no livro da vida, ou seja, quem deixou de crer em Jesus como seu Salvador e Senhor, será lançado no lago do fogo. Será condenado.

Agora, cada crente também será julgado, mas não pra saber se vai pro Céu ou para o Inferno, porque se recebeu Jesus como Salvador, já está claro, tem a vida eterna no céu.
Mas, como servo de Deus, será julgado na maneira como procedeu e lidou com as coisas de Deus nesta vida.
Como vê, você está diante de um assunto muito importante. Eu até quero estimular você a voltar no próximo Domingo, quando avançaremos nesse assunto.
E por hoje, pra concluir, nós temos um exemplo de mordomo excelente, Jesus.


Como mordomos de Deus, nós não estamos indo por um caminho nunca pisado. Jesus percorreu essa estrada. O apóstolo Pedro afirma que Jesus nos deixou “o exemplo para que sigamos suas pisadas” (1 Pe 2.21).

Um exemplo muito legal de mordomia praticada por Jesus, por exemplo, foi quando Ele multiplicou cinco pães e dois peixinhos para alimentar uma multidão de mais de cinco barrigas.
A multiplicação foi um milagre. Todos comeram até não querer mais e sobrou. O que fez Jesus? Mandou recolher as sobras (Jo 6.12,13). Mordomia; administrar bem e evitar o desperdício, o esbanjamento.

 

Conclusão
Como tem sido a sua experiência como mordomo?
Você pertence a Deus.

Pr Walter Pacheco da Silveira, 27.09.2020

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