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A QUESTÃO DO DÍZIMO

Malaquias 3.10

 

Introdução

Estamos numa série de mensagens sobre mordomia, que mais um ou dois domingos será finalizada. É uma sequência de pregações que chamo de Pura Mordomia e agora, temos chegado ao ponto de abordar a questão do dízimo.

Como temos aprendido, esta mordomia tem a ver com administração.

 

Lembramos que um mordomo é a pessoa contratada para cuidar dos pertences do patrão. O mordomo cuida daquilo que não é seu.

 

E se voltarmos nossa atenção para o começo da história, vamos ver que no dia quando Deus criou o homem, Deus atribuiu a ele uma responsabilidade; a Bíblia diz no livro de Gênesis 2.15: “O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar”.

Esse verso revela o propósito de Deus: o homem foi colocado para ser guardador da criação, um administrador daquilo que pertence a Deus.

 

O homem pode usar; o verso fala em “cultivar”. Sim, da criação de Deus, o homem pode usufruir, pode desfrutar e com responsabilidade, porque deve guardar, cuidar das coisas de Deus.

 

Portanto, todos estamos no papel de mordomos; é nosso dever na vida neste mundo, usar direito e guardar bem os pertences de Deus. E tudo aqui é de Deus, tudo aqui nesta sala e neste mundo é de Deus!

É só você considerar o seguinte: que no princípio de tudo nada existia. O que havia antes do mundo ser feito? Havia Deus; e houve um momento em que Deus desejou criar o mundo e as coisas que nele há.

A Bíblia começa com esse verso: “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn 1.1 – NAA). Então, tudo nessa vida e nesse mundo tem dono e o dono é Deus, o Criador.

 

Nada é produto do acaso, “Ah! Surgiu!” Não! Deus criou. Portanto, pertencemos a Deus e tudo nosso e tudo à nossa volta, pertence a Deus.

 

Nós somos os guardadores, os mordomos. A palavra moderna para isso é gestor. Deus designou o homem como gestor, mordomo da Sua criação.

Isso inclui nossa personalidade inteira: corpo, mente e espírito. Inclui o nosso tempo, os nossos bens! Porque tudo nosso, não é exatamente nosso; é nosso porque nos foi dado por Deus para usar direito e guardar, conservar e desenvolver.

 

O fato é que se Deus não nos tivesse dado o que temos, nada teríamos, nada seríamos.

 

Isso inclui o dinheiro, tá bom!

A Bíblia diz que toda a riqueza pertence a Deus e que até a capacidade para a pessoa conseguir riqueza, é dada por Deus. Repara não; nós estamos no mundo de Deus, tá sabendo?

 

E deixa eu te falar: Para tudo Deus tem um plano. Deus teve um plano para a criação, teve um plano para a construção da arca nos dias de Noé. Deus teve um plano para a construção do tabernáculo, a tenda da revelação no deserto e depois teve um plano para a construção do templo em Jerusalém. Deus teve um plano para a nossa salvação. Para tudo que realizou, Deus teve um plano.

 

E, sabe, Deus também tem um plano financeiro para o sustento da Sua obra nesse mundo. Esse plano encontramos bastante claro nas Escrituras.

Mas, antes disso, qual é a obra que Deus está fazendo no mundo e que requer recursos financeiros? É só você lembrar do propósito eterno de Deus. A resposta se resume numa palavra: a glória.

 

Antes de nada existir, era Deus. A existência de Deus sozinho já era uma glória! A palavra glória fala da manifestação luminosa, esplendorosa, majestosa da pessoa de Deus; porque tudo em Deus é glorioso: o amor dEle, o poder dEle, a santidade dEle, a justiça dEle. Um dos salmos fala que Ele é o Deus da glória!

 

E se você perguntar: para que Deus então, fez o mundo? Para que é que Ele nos criou? A resposta é: para a glória, a glória, a glória!

A criação revela a glória de Deus e Deus criou o homem para participar dela. Deus é amor. Ele nos criou para a glória! Aleluia!

 

Mas o homem se tornou pecador e por essa causa, a Bíblia diz: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23 – NAA). A realidade agora é essa: o homem se tornou pecador e se afastou da glória de Deus; agora carecemos da glória porque a perdemos.

 

Porém, Deus não mudou de plano. O propósito eterno continua: Deus nos criou para a glória! O que Ele fez? Amou o mundo, enviou o Filho (Jesus Cristo) para sofrer na cruz o castigo do nosso pecado (a morte) e nos declarar justos para a vida na glória, a vida eterna.

Sabe por que o mundo não acabou ainda? É porque Deus está aguardando que esta mensagem, o Evangelho, a boa notícia da salvação, chegue ao conhecimento de todos os povos. Está escrito: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, em testemunho a todas as nações. Então virá o fim” (Mt 24.14).

 

Deus só aceitará na glória, quem tiver recebido Jesus, pela fé, como Salvador (Gl 2.16).

 

Então, neste tempo, igrejas precisam ser abertas, pastores e missionários precisam ser formados, discípulos de Jesus precisam ser feitos, para que o evangelho seja pregado em testemunho a todas as nações.

 

E Deus tem um plano para prover o dinheiro necessário para esta obra. Sim, é preciso de dinheiro para abrir igreja, manter igreja e preparar o povo da igreja para fazer a obra.

Deus tem um plano para custear o sustento da Sua obra nesse mundo e o plano se chama Dízimos e Ofertas.

Um texto clássico sobre dízimo é Ml 3.10, onde o próprio Deus é quem fala: “Tragam todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa. Ponham-me à prova nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não lhes abrir as janelas do céu e não derramar sobre vocês bênção sem medida” (NAA).

 

A primeira coisa a considerar é que o dízimo é um princípio estabelecido pelo próprio Deus. A palavra “dízimo” significa dez por cento de alguma coisa.

Eu lembro das minhas aulas de matemática na escola. Tem um exercício chamado Dízima Periódica. Era o meu terror... A palavra dízima na matemática e dízimo na Bíblia, tem a ver com dez, com décimo.

 

No caso, o dízimo é a décima parte. Não é 1% nem 9%; é a décima parte e é isso que significa.

 

No texto bíblico, lemos de Deus estabelecendo que a décima parte do que recebemos, devemos entregar de volta a Ele.

Esse texto diz o que devemos trazer: “todos os dízimos”. Diz onde devemos trazer: “à casa do tesouro”. E diz para que devemos trazer: “para que haja mantimento na minha casa”, diz o Senhor.

 

Uma primeira consideração: Entenda que não é a igreja que inventou; o dízimo é um princípio que Deus estabeleceu.

 

Isto torna o dízimo uma questão espiritual e não meramente financeira. A questão é: o bolso revela o coração. Sempre que uma pessoa reconhece a autoridade de Deus, ela se volta para Ele com o coração quebrantado, obediente, então os dízimos são entregues.

 

Em segundo lugar, o dízimo faz parte do culto. Entregar os dízimos é um ato de adoração.

Em terceiro lugar, o dízimo é para o sustento da obra de Deus. Ele disse: é “para que haja mantimento na minha casa”. O dízimo é o recurso que Deus estabeleceu para o sustento e a manutenção da Sua obra na terra.

 

Agora, não estamos sendo bons mordomos do nosso dinheiro se não entregamos o dízimo.

 

O profeta Malaquias denuncia alguns pecados graves que se comete sobre a questão do dízimo.

O primeiro pecado é reter o dízimo. “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas” (Ml 3.8).

 

O verbo “roubar” é forte. O povo estava roubando a Deus, praticando um assalto intencional e planejado em não fazer a entrega do dízimo.

 

Agora, abocanhar o dízimo é uma loucura, porque ninguém pode roubar a Deus e ficar impune.

Dionísio Pape, antigo professor de seminário, afirma que quem rouba a Deus não é capaz de amá-lo.

 

E sabe, reter o dízimo é colocar o salário num bolso furado, diz o profeta Ageu (Ag 1.6).  Reter o dízimo é clara demonstração de amor ao dinheiro (1Tm 6.10). Reter o dízimo é desconfiar da providência divina, é um ato de incredulidade. Reter o dízimo é deixar a casa de Deus desamparada de recursos (Dt 26.14).

 

O segundo pecado é subtrair o dízimo. A Bíblia ordena: “Tragam todos os dízimos” (Ml 3.10 – NAA). O dízimo é integral, todos.

Mas, alguns imaginam tapear Deus entregando uma parte do dízimo. É para ser 10% mas entrega 5%. Fazendo isso, enganamos a igreja, mas não enganamos o Senhor da igreja.

 

E como podemos enganar aquele que tudo vê? Não tem como; vamos ser penalizados. O certo é trazer todos os dízimos à casa do tesouro.

 

O terceiro pecado é administrar o dízimo.

A Bíblia ensina que os dízimos sejam trazidos à casa do tesouro, à tesouraria e nós não temos o direito de alterar isso e dizer: “Eu sei o que fazer com o meu dízimo”. Não é assim que funciona.

 

Não temos o direito de administrar o dízimo por nossa conta. Cabe a tesouraria do templo administrar.

 

O quarto pecado é subestimar o dízimo.

Na época do profeta Malaquias, Deus falou: “vocês estão me roubando e ainda perguntam: “Em que te roubamos?” (Ml 3.8).

 

Eles pensavam que o dízimo era um assunto sem importância. Sonegavam o dízimo e achavam que essa prática não os afetava espiritualmente.

 

A geração de Malaquias deixava de entregar o dízimo e nem se importavam. Pecavam e não estava nem aí.

 

O profeta Malaquias também aponta quatro bênçãos que acompanham aqueles que são fiéis nos dízimos e nas ofertas.

A primeira bênção são as janelas abertas do céu. Deus fala: “Ponham-me à prova nisto... se eu não lhes abrir as janelas do céu” (Ml 3.10 – NAA). É do céu, é do trono de Deus que procede as bênçãos, e Deus garante derramar sobre os dizimistas, bênçãos com abundância.

 

As comportas dos céus se abriram para a chuva quando Noé terminou a arca. Pois, Deus promete: Vai chover bênçãos! Haverá bênção sobre bênção. É isso; vale mais 90% com a bênção do Senhor, do que 100% sem a bênção dEle.

 

Janelas abertas falam não é só de bênçãos materiais, mas de bênçãos espirituais também. A vida se torna mais prazerosa quando devolvemos a Deus o que pertence a Ele, os dízimos e as ofertas.

 

Em segundo lugar, vêm “as bênçãos sem medida de Deus”. Deus fala de um derramar de bênção sem medida (Ml 3.10). Um provérbio bíblico diz: “A bênção do Senhor enriquece, e ele não acrescenta nenhum desgosto a ela” (Pv 10.22 – NAA).

A lei da semeadura diz: o que plantamos, colhemos (Gl 6.7). Mas sempre colhemos mais do que plantamos!

 

A promessa de Deus é: “...deem e lhes será dado; boa medida, prensada, sacudida e transbordante será dada a vocês; porque com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos também” (Lc 6.38 – NAA). Deus promete, literalmente, fazer prosperar a pessoa generosa (2Co 9.6-11).

 

Em terceiro lugar, vem sobre o dizimista, a bênção do devorador repreendido. Está escrito: “Por causa de vocês, repreenderei o devorador” (Ml 3.11 – NAA).

Deus, que já garantiu derramar bênçãos extraordinárias, garante também impedir a ação do devorador na vida daqueles que são dizimistas.

Esse espírito devorador coloca dívida, segura os negócios, afasta os clientes, causa desperdício, a roupa estraga, a geladeira queima...

 

Mas a perda financeira é vencida, quando dizimamos.

 

Em quarto lugar, vem sobre o dizimista a bênção de uma vida feliz.

A obediência a Deus gera uma vida feliz. Quando a igreja é fiel, a casa de Deus é suprida, a obra de Deus cresce, o testemunho da igreja resplandece e o dizimista é feliz.

 

Lemos no v.12: “Todas as nações dirão que vocês são felizes” (NAA).

 

Quero concluir dizendo que Deus chama cada mordomo a fazer prova dEle: ... e provai-me nisto, diz o Senhor dos exércitos (Ml 3.10).

Deus não quer obediência cega, quer que você entregue o dízimo e faça ofertas com entendimento.

Deus propõe duas alternativas, qual você vai escolher: bênção ou maldição? Se o povo de Deus trouxer os dízimos e as ofertas à casa do tesouro na terra, Deus abrirá os seus tesouros no céu.

 

Deus propõe dois caminhos: a bênção ou a maldição. Que caminho vamos escolher? Que decisão vamos tomar? A escolha certa é pelo caminho da bênção!

 

Ministração

E de pensar que tudo isto é por causa do propósito eterno de Deus: Ele te quer ver na glória.

Mas Deus somente aceitará na glória aquele que tiver recebido Jesus, pela fé, como seu Salvador.

Pr Walter Pacheco da Silveira

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