AME A TODOS
Lucas 10.29-37
Introdução
Você sabe, houve uma época em que os casamentos eram arranjados pelos pais. Na Índia ainda é assim.
Mas, eis, o depoimento de uma jovem daquela época. Ela disse: "Quando nascemos, não podemos escolher pai, mãe, irmãos e, então, aprendemos a amá-los profundamente. Assim será em relação àquele que será o meu marido. Aprenderei a amá-lo".
Nessa declaração está uma importante lição: aprende-se a amar. Ou como lemos na capa de um livro de Walter Trobisch: “Amor, Sentimento a Ser Aprendido”.
É verdade. Nós já temos recebido de Jesus um grande desafio... Ele falou que devemos amar a Deus com todo o nosso coração, toda a alma, todo o entendimento e com todas as forças.
É um desafio que já vem de bom tamanho, mas, Jesus acrescenta à ele, uma simples ordem: "Ame o seu próximo como a você mesmo".
Quando Jesus terminou de falar isto, um perito na lei, perguntou em público: “e quem é o meu próximo?"
E Jesus dá a resposta, contando uma história... Vamos conhecê-la, lendo Lc 10.29-37
Então, quando um perito na lei quis saber: “Jesus, quem é o meu próximo?” Ele ouviu de Jesus, essa história – a história sobre um homem ferido, jogado à beira da estrada que ia de Jerusalém para Jericó.
Enquanto Jesus contava a história, a multidão ficava silenciosa, ouvindo Jesus falar sobre um sacerdote e um levita que passaram sem prestar qualquer socorro ao homem ferido.
Com certeza, eles pensaram: “Mas é claro! Sacerdotes e levitas são ocupados demais, são religiosos! Santos demais pra tocar a mão num estranho caído à beira da estrada.
Jesus percebeu que eles estavam concordando com a história. Que gente presunçosa!
Mas aí, Jesus põe uma nova personagem na história – um samaritano que vinha por aquela estrada. E bastou dizer isto, pra uma luzinha vermelha acender na cabeça daqueles judeus, porque os judeus não gostavam dos samaritanos e nem os samaritanos gostavam dos judeus.
E Jesus continua a história: fala que o samaritano pára, faz curativo nas feridas do homem, coloca o homem no seu jumento e leva o estranho para uma hospedaria, e paga a despesa dele!
Quando Jesus conclui, o silêncio é geral... Jesus olha para o perito na lei que tinha provocado toda aquela história com a sua pergunta, mas agora é Jesus quem fala: "E aí, qual destes três (o sacerdote, o levita ou o samaritano), você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?"
E o perito na lei, engolindo a seco, admitiu: "Foi aquele que ajudou o homem". É isso que Jesus quer que você entenda também.
Muitas vezes excluímos pessoas dos limites do nosso amor. Nós estabelecemos dentro de nós mesmos: Fulano, Beltrano, Sicrano, eu amo... mas aquele lá, não!
Pois, por meio dessa história, Jesus mostra: o seu dever é amar a todos. E todos mesmo, sem ninguém ser deixado de fora.
Seu coração deve ser igualzinho àquilo que se diz na propaganda do carro Fox: Compactado pra quem vê; gigante pra quem ama!
Ah! Mas sejamos honestos, como é fácil limitar o nosso amor para somente alguns.
...portanto, o que Jesus está querendo? ...em primeiro lugar, que você:
NÃO LIMITE SEU AMOR POR CAUSA DAS DIFERENÇAS
Nessa história que Jesus conta, ele menciona o sacerdote e o levita, que viram o homem caído na rua, olharam para ele, mas foram embora pelo outro lado da estrada.
Como que dizendo: “Eu sou um sacerdote, um líder religioso” e o outro, “eu sou um levita, venho de uma família também religiosa... eu não tenho nada em comum com esse homem aí”. E foram embora.
Mas Jesus está mostrando: “E daí? Você não precisa ter algo em comum para amar”.
Lembra que Jesus em outro texto da Bíblia, até ensinou: "Amem os seus inimigos e orem por aqueles que perseguem" (Mt 5.43,44).
Portanto, compreenda: Quando Jesus disse "próximo – ame o teu próximo”, Ele quis dizer todos, ame a todos!
Por que eu tenho que falar sobre isso? Porque no momento em que decido limitar a extensão do meu amor, eu me afasto do tipo divino de amor.
Porque tem o amor tipo humano e tem o tipo de amor divino. O amor de Deus é do tipo "todos", o amor humano é do tipo "alguns, algumas pessoas".
Mas quando Jesus diz: “Ame o seu próximo”, Ele está dizendo: “ame a todos”.
Agora, preste atenção, ninguém consegue expressar esse tipo divino de amor pelas próprias forças.
Então, o que Deus espera? Deus espera que você dependa dEle para obter o poder de amar.
Assim, Jesus nos desafia a amar de uma forma que só se consegue por meio da dependência diária do poder de Deus.
Aquela pessoa que diz: “Ah! Fulano eu não consigo; nem adianta, porque amar Fulano eu não consigo!”, na verdade, ela está dizendo: “Eu não quero”, porque poder ela pode na força que Deus dá!
Então, o que você precisa é querer amar, decidir amar, aprender a amar...
As diferenças não são desculpas, Jesus manda que amemos a todos.
...outra coisa que Jesus está querendo com a história que contou, em segundo lugar, que você:
NÃO LIMITE O SEU AMOR POR CAUSA DOS SEUS MEDOS
Porque, além das diferenças, também é comum limitarmos o nosso amor em virtude dos nossos medos.
A razão porque não amamos a todos, é porque temos medo de amar.
Mas considera o risco que o samaritano da história correu ao cuidar do estranho jogado à beira do caminho.
Naquela época a estrada de Jerusalém para Jericó era infestada de ladrões, porque cortava o deserto, região desabitada...
E os ladrões tinham a seguinte prática: um comparsa ficava deitado à beira da estrada, se fingindo de ferido, enquanto os outros se escondiam por perto, aí, quando uma pessoa parasse, pronto, caía numa armadilha. Então, os ladrões apareciam e roubavam tudo dela.
Portanto, pro samaritano da história, parar e ajudar significou correr o risco.
Amar é algo arriscado. Não importa se é samaritano ou americano... amar é sempre um risco. Também não importa se é na estrada de Jerusalém para Jericó ou de São Fidélis pra Campos, amar é sempre um risco.
Só tem um jeito de não correr esse risco – é você não amar, mas fazendo isso, você desobedecerá a Deus, o que é muito pior do que correr o risco de amar.
Não amar é igual a um estado de morte... é estar vivo, mas como um morto ao mesmo tempo.
Diz uma lenda, que um homem havia acabado de morrer e chegou às portas da eternidade. Aí, um anjo perguntou: - “Você amou alguém?” – “Não” - respondeu o homem. – “Nunca amei mulher alguma”. – “Então, teve algum amigo de quem gostasse?” – “Não”. “Nunca me interessei por ninguém”. – “Uma criança algum dia despertou ternura em você?” – “Nunca”. - Talvez você tenha amado um bicho de estimação?” “Não”. “Então, por que demorou tanto?” - disse o anjo, “Você já está morto há séculos!”
Conclusão
Talvez você tenha experimentado uma dor profunda por ter feito a escolha de amar. E quem sabe, por conta dessa dor, você tenha chegado a declarar: “Nunca mais eu vou amar novamente".
Ninguém quer ser ferido, mas sabe, existe uma dor ainda mais profunda em não amar do que em correr o risco de amar.
Corra o risco de amar! Corra o risco e comece novamente a amar alguém que você parou de amar ou que se negou a amar.
Deus sabe que, quando nos negamos a amar, a amargura e o sentimento de vazio aumentam no nosso coração. Essa dor, sim (a amargura, o sentimento de vazio), é a que mais machuca.
Por isso, não negue amor a ninguém, a ninguém mesmo!
Agora, uma palavra para aqueles que ainda não assumiram o compromisso de um relacionamento fiel com Deus, que ainda não são crentes, não estão ligados em Deus completamente.
Eu quero dizer, talvez você tenha a disposição até pra saltar de paraquedas de um despenhadeiro, mas têm medo de amar a Deus de verdade, tem receio de amar a Deus.
Amar os outros é sempre arriscado, mas amar a Deus, com compromisso, é a coisa mais segura que existe.
As pessoas podem desapontar você, mas Jesus nunca te deixará na mão.
Pr Walter Pacheco da Silveira