PROCURA-SE DISCIPULADORES
2 Timóteo 2.2
Introdução
Aconteceu numa megaigreja: um jovem disse ao pastor convidado depois da pregação: “Faço parte desta igreja, mas vou embora no mês que vem”. O pastor ficou confuso e perguntou: "Por que?" O jovem olhou profundamente nos olhos dele e disse: “Pastor, se ao menos uma pessoa dessa igreja se sentasse comigo pelo menos uma vez por mês para tomar uma xícara de café e me perguntar como eu estou, eu não iria embora”.
Esse jovem estava à procura de um discipulador – de alguém que gastasse algum tempo com ele, de alguém que pudesse oferecer apoio, companheirismo, orientação e oração à medida que ele participava da igreja. Mas todos estavam ocupados demais, e a grande quantidade de programações tinha que continuar.
Sabe o que um evangelista bastante conhecido em seu país, disse com uma voz cansada e num tom quase que nostálgico? Ele disse: “Sabe do que eu realmente preciso? Eu preciso de alguém que tenha interesse de me ajudar em oração e de me ouvir de vez em quando”.
Esse evangelista é um líder bem-sucedido, e sua maior necessidade era ter alguém disposto em interagir com ele. Ele precisava de alguém que funcionasse como discipulador – alguém que o ajudasse a transformar problemas em oportunidades. Ele ansiava por um discipulador.
Essa semana eu atendi na minha casa, um irmãozinho que voltou para caminhar aqui conosco. Ele me disse: “Eu sei que para eu me firmar na presença de Deus e fazer as coisas certas, isso depende de mim, depende da minha atitude, mas eu não sei se vou conseguir sozinho. Eu realmente preciso de alguém que me ajude."
E eu disse a ele: “É verdade, você já participa de uma célula e lá você tem esse irmãozinho (aí falamos o nome dele) e você pode contar com ele, então, cola nesse irmãozinho, gruda nele, porque ele vai te ajudar!” A gentes estava falando do discipulador pra ele.
Irmão, se a gente for ver, essa é a constante e desesperadora necessidade da nossa igreja: de homens e mulheres, rapazes e moças, que sejam discipuladores.
Nós vamos entrar em construção e, talvez, você seja levado a pensar que nossa maior necessidade é dinheiro para as obras. Não é.
Deus nos colocou aqui e, como dizemos de vez em quando, o dinheiro tá onde nós estamos, tá no nosso bolso! Olha pro irmão e diz pra ele: “Hum, parabéns milionário”. Amém? Quem recebe dá glória a Deus!
Então, nossa maior necessidade aqui na igreja, não é dinheiro, mas é discipuladores. Servos e servas de Deus que estejam dispostos a realmente servir como discipuladores.
Sejam crentes novos ou crentes há mais tempo, todos temos a necessidade de um discipulador, de alguém que nos cubra com oração, que nos ouça e nos faça lembrar dos princípios de Deus.
Portanto, crentes novos ou já de alguns anos, a necessidade é a mesma: todos têm, em seu íntimo, o anseio de ser discipulado. Talvez a pessoa nem sabe disso, mas Deus criou a todos com essa necessidade de nos sentirmos bem, quando alguém nos escuta, nos pergunta como estamos e nos ajuda com o seu companheirismo.
Mas, tem havido na Igreja, um doloroso vazio, tem faltado servos e servas de Deus para cumprir Mt 28.19, que diz “vão e façam discípulos”.
Por muito tempo, a igreja acreditou que fazer discípulos é enviar missionários ou que é o pastor pregar do púlpito e no final, as pessoas irem à frente entregando a vida para Jesus. Isso é fazer convertidos. Mas discípulos são feitos numa relação de companheirismo, onde acontece de ouvir, ajudar em oração e lembrar dos princípios de Deus.
Você sabe que quando Jesus formou Seu grupo de discípulos, Ele costumeiramente dizia: “Vem e segue-Me”, isto implicava em andar com Ele, em estar com Ele. E foi assim que Jesus era um discipulador.
Mas, irmão, louvado seja Deus, porque nós temos abraçado uma visão que está revolucionando o mundo, e acredite, está revolucionando a nossa igreja: é a visão do discipulado um a um – o MDA.
Eu quero te dizer que hoje nós temos 20% da igreja no MDA. E você pode falar assim: “Mas isso é tão pouco, é uma taxa muito pequena”. É verdade, nós queremos chegar aos 100% da igreja estabelecida no discipulado um a um. Mas nesses 20%, irmão, tem acontecido coisas extraordinárias.
Não sei você, mas uma coisa muito linda para mim, é participar de uma festinha de aniversário, aí a célula se reúne em torno do aniversariante e as pessoas que estão sendo discipuladas por ele, começam a falar, agradecidas a Deus, pela bênção que tem sido poder contar com ele, ou com ela, como discipulador ou discipuladora. Eu te digo, irmão, são 20% hoje, mas isso é só o começo; coisas fantásticas estão acontecendo e vão acontecer muito mais ainda! Aleluia!
Então, nesta manhã, eu quero encorajar você a se despertar para essa necessidade. Precisamos de mais discipuladores.
Há pouco tempo atrás, o pastor Silas Malafaia comentou sobre esse poderoso mover de Deus que tem sido a Visão do MDA. É um vídeo de 3 minutos. Por causa da claridade do sol aqui, você não vai enxergar, mas você vai poder ouvir esse depoimento. Preste atenção.
Tem uma organização norte americana que se dedica a pesquisa de mentoria e treinamento em várias empresas. Mentoria significa atuar como pessoa que inspira, estimula, cria ou orienta.
Não é assim no discipulado cristão? A diferença é que o mentor pensa na empresa, o discipulador pensa no Reino de Deus. Então, essa organização pesquisou e concluiu o seguinte: que a “mentoria é o terceiro relacionamento mais poderoso para influenciar o comportamento humano, depois do casamento e da família”.
Trazendo isso para nossa realidade, podemos afirmar que o discipulado é também o relacionamento mais poderoso para influenciar uma vida.
Irmão, você ganha uma força extra quando você tem alguém que acredita no seu crescimento, no seu sucesso, no seu potencial. É isso que faz o discipulador. Ele acredita numa vida e ajuda a moldá-la para o sucesso.
Eu devia ter uns dezesseis ou dezessete anos de idade, quando experimentei pela primeira vez, o que é ter alguém que acredita no nosso potencial. Eu participava da Igreja Central em Teresópolis, onde inclusive me converti e fui consagrado ao ministério. Mas antes disso, eu era assim de frequentar a igreja; todos os domingos, lá estava eu nos cultos, Domingo de manhã e à noite. Mas antes do culto da noite, havia a União de Jovens, e lá estava eu, todos os domingos, mas só para frequentar. Aí, aconteceu que um dia, o Carlinhos chegou para mim (ele era seminarista da igreja) e perguntou do que eu gostava de fazer e depois me encorajou a colocar pra fora o que eu podia fazer.
Sabe o que aconteceu depois daquele dia? Eu comecei a declamar poesia na reunião de jovens, eu ia na frente pra fazer oração, eu até cheguei a escrever um artigo que depois foi publicado na revista da União de Jovens, que circulava no Brasil inteiro! Escrevi peças de teatro pra apresentar na igreja, depois, comecei a pregar! E, acredite, porque um dia, o Carlinhos se importou comigo.
Irmão, o que teria acontecido comigo se eu não tivesse aquele amigo?
Olha, quando cristãos maduros deixam de lado a sua responsabilidade de cuidar dos mais novos, de compartilhar sua sabedoria e seu amor com eles, estão deixando de marcar a sua geração.
Essa semana eu enviei ao Carlinhos, via Facebook, isto que te contei sobre ele.
Irmão, há uma necessidade desesperadora de homens e mulheres, que servem a Deus, para discipular a outros, ajudando que eles cresçam em Deus, liberando todo o seu potencial.
Discipuladores podem ajudar aos crentes mais novos na realização de seus sonhos.
Então, eu quero encorajar você a ser um discipulador, uma discipuladora.
Sabe, é comum a gente achar que pessoas ficam firmes na igreja, firmes na presença de Deus, apenas com frequentar os cultos, os estudos bíblicos, entrando pro grupo de louvor ou coisa assim. Isso é um erro, porque nós nos firmamos em Deus quando somos ajudados por pessoas de Deus.
Uma frase do pastor Ed Kivitz que me marcou muito na leitura de um livro que escreveu, foi essa: “Pessoas precisam de Deus e pessoas precisam de pessoas”.
Até um tempo atrás o pensamento era que as pessoas tinham que frequentar muito a igreja, participar, se possível, de todas as programações, para que pudessem crescer na sua fé.
Mas sabe o que aconteceu ao longo dos anos? Por mais importante que seja frequentar os cultos, participar das programações, ouvir muito CD e ler livros cristãos, a verdade é que os crentes ficaram obesos, acomodados nos bancos, engordaram com tantos mimos, mas que nada aprenderam sobre como influenciar outras pessoas por meio da sua vida, de maneira significativa.
Então, agora, irmão, é a hora. Esse é o tempo da gente ser um “Carlinhos” na vida de outros.
A Bíblia tem exemplos de sobra dessa relação de companheirismo que é o discipulado. Jesus foi um discipulador para doze homens, assim bem de perto. O apóstolo Paulo discipulou o jovem Timóteo. Elias se tornou o discipulador de Eliseu. Moisés discipulou Josué e o preparou para liderar os filhos de Israel na conquista da Terra Prometida.
Em toda a Bíblia, lemos a respeito desses relacionamentos um a um de discipulado e de como eles produzem um rico legado. Amado, nós precisamos disso hoje.
Você sabia que muitos líderes citados na Bíblia, não terminaram bem?
É verdade. Os casos em que líderes na Bíblia, terminaram bem, pode observar, foi devido ao fato desses líderes terem contado com outra pessoa que contribuiu significativamente para o desenvolvimento deles.
Só para te dar alguns exemplos, tem o livro dos Reis na Bíblia e lá fala de muitos que reinaram, mas fizeram o que era mau aos olhos do Senhor.
Mas tem o apóstolo Paulo que sabia da importância do discipulado e disse: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2Tm 2.2.
Cada crente é chamado a ser um discipulador
Você é a resposta para esta necessidade da igreja.
Pr Walter Pacheco