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OS BENEFÍCIOS GERAIS DA DOENÇA

João 11.3

 

“As duas irmãs mandaram dizer a Jesus: – Senhor, o seu querido amigo Lázaro está doente!”

 

Introdução

Estas palavras são tocantes: Marta e Maria enviaram um recado a Jesus informando que Lázaro, irmão delas, estava doente.

O primeiro pensamento delas foi pedir a ajuda de Jesus. Que fantástico! É uma lição pra nós!

Depois elas disseram: “o seu querido amigo Lázaro está doente”... Lázaro era um bom homem, era crente, amava a Deus, era amigo de Jesus, mas estava doente – doença não é sinal de desagrado de Deus.

Esta noite eu peço a sua atenção para o tema “doença”; um assunto que deve ser encarado de frente.

E fique tranqüilo, ouvir sobre esse assunto não deixa ninguém doente... porque há uma preocupação com a doença nos últimos meses. E não é por menos! Vários países do mundo estão em uma situação delicada no que diz respeito à saúde pública, porque surgiu uma nova doença e que já causou mais de 1.800 mortes. Trata-se da Gripe Suína, causada pelo vírus H1N1 que, até então, só circulava entre os porcos e outros animais, e agora tem afetado também os seres humanos. A Organização Mundial da Saúde declarou a nova gripe uma pandemia. É a primeira vez, em 41 anos, que isso acontece.

Então o assunto “doença” é angustiante, mas venho mostrar que, do ponto de vista cristão, a doença anda acompanhada dos seus benefícios.

Vamos aprender sobre “Os Benefícios Gerais da Doença”.

Uso a palavra "benefícios" da doença, propositalmente... reconheço que ela é tanto maldição como bênção... a doença é uma "professora" rude, grosseira, é verdade... mas ela também é uma verdadeira amiga da nossa alma.

Se isto parece absurdo pra você, pense um pouco: quantas vezes nos submetemos a uma perda no presente por causa de um ganho no futuro? ...uma semente é lançada no solo, na terra, ali parece apodrecer, mas no futuro se tem uma colheita!

Então, acredite: Deus permite a dor e a doença, não porque goste de nos torturar, mas porque deseja beneficiar o nosso coração e a nossa alma por toda a eternidade.

 

Frase de Efeito: A pior doença nunca é tão ruim assim!

 

Pergunta de Ligação: Ora, quais são os benefícios gerais conferidos pela doença?

 

Frase de Transição: Vamos aprendê-los. Benefício número um:

 

A DOENÇA NOS AJUDA A LEMBRAR DA MORTE

Meu irmão, a maioria vive como se nunca fosse morrer. As pessoas fazem negócios, buscam prazeres, estudam, trabalham como se a terra fosse o seu lar eterno.

O homem está vivendo neste mundo como se nunca tivesse que prestar contas.

Mas sabe o que está escrito na Bíblia? Lemos em Hb 9.27: “...aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo”.

Então, cada pessoa, cada um de nós vai morrer e vai ser julgado por Deus – mas agimos como se isso não fosse acontecer.

A Bíblia ensina que Deus fez o homem do pó da terra, material comum, frágil... mas tem gente que se acha feito de porcelana e que vai ficar pra sempre neste mundo. Agora, basta uma doença para que esse engano seja desfeito...

Porque a doença desperta a pessoa, faz com que ela acorde... Viu o texto: Marta e Maria apressadas em buscar Jesus? ...esse é um grande benefício da doença, pois lembra a criatura que ela é mortal e prestará contas ao seu Criador.

...benefício número dois:

A DOENÇA NOS FAZ PENSAR SERIAMENTE SOBRE DEUS, COMO TAMBÉM SOBRE A ALMA E A VIDA QUE VEM DEPOIS DESTA.

A maior parte das pessoas, em seus dias de saúde, não tem tempo para tais pensamentos. Não gostam deles...  dizem que são desagradáveis.

Entretanto, às vezes, a doença tem o maravilhoso poder de reunir e unir tais pensamentos, e chacoalhar a verdade diante dos olhos da nossa alma.

A doença faz a pessoa olhar pra cima... é verdade! Quando uma pessoa cai de cama, deitada, para que lado ela olha? ...pra cima! Para Deus!

É a experiência, por exemplo, do nosso Vice-Presidente da República, José Alencar. Ele é um senhor de 77 anos de idade e faz 12 anos, luta contra o câncer, tendo já feito 15 cirurgias. Já perdeu o rim direito, a próstata e dois terços do estômago... é a doença!

Mas sabe o que tem acontecido? Ele pensa e fala em Deus toda a hora. Presta atenção nas entrevistas e você vai ver. No ano passado ele declarou: “Olha, a coisa está preta, as orações têm dado certo, continuem rezando por mim”. No início desse mês, antes de embarcar para os Estados Unidos, o Jornal Nacional fez uma entrevista exclusiva e ele disse: “Em qualquer lugar, em qualquer tempo, seja feita a vontade de Deus. Assim você se entrega às mãos de Deus e ganha coragem para enfrentar...”. Veja que declaração linda de um homem que está aprendendo a pensar em Deus!

A Bíblia conta de um rei muito mau, chamado Ben-Hadade.

Esse rei, ficou doente e logo apareceu interessado nas questões espirituais. Veja esse texto da Bíblia em 2Rs 8.7-8: “Eliseu foi até a cidade de Damasco numa época em que o rei Ben-Hadade, da Síria, estava doente. Quando o rei soube que Eliseu estava lá, disse a Hazael, um dos seus oficiais: – Leve um presente para o profeta e peça a ele que consulte a Deus, o Senhor, para saber se vou ficar bom”. Tá vendo, a doença faz as pessoas pensarem com seriedade a respeito de Deus!

Qualquer coisa que ajude a fazer o homem pensar em Deus e na condição da sua alma e na vida que vem depois desta, é boa. E a doença tem esse benefício. Logo, ela não é tão ruim assim!

 

...terceiro benefício:

A DOENÇA AJUDA A AMOLECER O NOSSO CORAÇÃO

O coração por natureza é duro como a pedra. A Bíblia mesma define assim... está no livro de Ez 36.26, Deus falando de uma necessidade: “Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e lhes darei um coração bondoso, obediente”.

E o profeta Jeremias, denunciou em seu tempo, os que andavam na dureza do seu coração maligno e que em vez de melhorarem, só pioravam (ver Jr 7.24).

Esta é a natureza espiritual do coração humano: duro como pedra, desobediente e mau.

Isso explica porque se ama tanto as coisas deste mundo... é que para o coração duro tudo é bom, tudo é válido, esse é o pensamento: pessoas podem ser pisadas, as mentiras faladas, o sexo fora do casamento praticado, as drogas experimentadas...

Ah! Mas quando vem a enfermidade, a doença, na maioria das vezes, ela ajuda muito a corrigir este pensamento.

A doença amolece o coração, revelando como são fúteis aquilo que o mundo chama de coisas "boas".

Sim, através da doença, muito das vezes, a pessoa viciada em mega-sena, tele-sena ou em sena que for, descobre que o dinheiro por si só não é tudo que o coração precisa... a doença faz o comilão e o beberrão enxergar que comida e bebida não é tudo... a doença mostra para a mulher dada à sensualidade que as roupas extravagantes e a conversa sobre noitadas, são péssimos consoladores quando se está num quarto de hospital.

Portanto, fica claro: se a doença nos obriga mudar de pensamento sobre as coisas terrenas, então temos nisso grande benefício.

Como se diz: “Quem não vem a Deus por amor, vem pela dor”, ...e se vem pela dor, então é benefício! Ela amolece o coração! Nenhuma doença é tão ruim assim!

 

...benefício número quatro:

A DOENÇA NOS AJUDA A SERMOS HUMILDES

A Bíblia ensina que “O orgulho leva a pessoa à destruição, e a vaidade faz cair na desgraça” (Pv 16.18).

E todos nós somos naturalmente assim: orgulhosos e vaidosos... poucos estão livres desta infecção...

A maioria de nós, nos consideramos superiores a alguém ou nos gabamos secretamente de "não sermos como os demais homens". Temos esse orgulho, nos achamos certinhos!

Mas sabe, o leito de enfermidade, a doença, é um poderoso controlador de tais pensamentos.

A doença nos ensina, a bem da verdade, que somos vermes, habitamos em casa de barro e somos sujeitos a ser esmagados como a traça, (Jó 4.19).

A doença, meus irmãos, ajuda tanto aos reis como aos súditos, aos patrões como aos empregados, aos ricos como aos pobres, a doença ajuda a todos a se verem como criaturas mortais e que logo estarão lado a lado no tribunal de Deus.

Portanto, não é fácil continuar orgulhoso na doença... ela pode quebrar o nosso orgulho... e se quebra, então, nos faz outro grande benefício: ...ela nos ajuda a sermos humildes.

 

...por fim, eis o benefício número cinco:

A DOENÇA NOS AJUDA A TESTAR A AUTENTICIDADE DA NOSSA RELIGIÃO

Quase todo mundo na terra tem uma religião, mas são poucas as pessoas que têm uma religião que suporte o exame da autenticidade.

A Bíblia diz: “A salvação só pode ser conseguida por meio dele [Jesus]. Pois não há no mundo inteiro nenhum outro que Deus tenha dado aos seres humanos, por meio do qual possamos ser salvos” (At 4.12).

Mas, a maioria está satisfeita com a tradição recebida do pais, e é incapaz de apresentar uma certeza de salvação.

E nesse ponto a doença freqüentemente, é muito útil para mostrar a pessoa que ela nada tem de sólido sob seus pés, que nada tem de firme nas mãos para se apoiar.

A doença faz a pessoa descobrir que, apesar dela gostar de religião ou possuir uma forma de religião, ela passou a vida inteira cultuando a um "deus desconhecido".

Existem muitas religiões que parecem boas enquanto a enfermidade não chega, mas quando vem a doença, a pessoa descobre que tudo não vale absolutamente nada para a sua salvação.

Eu tive essa experiência em São Paulo. Fui pastor em Ribeirão Preto e lá nós tínhamos uma célula... na época eu nem sabia que era célula, mas era... um pequeno grupo de pessoas que evangelizava no bairro do Marinceck com o propósito de ter uma igreja ali (e de fato, começamos uma igreja na sala da casa do irmão Osvaldo [a foto da igreja hoje] – inclusive, mês que vem eu vou estar pregando no aniversário dessa igreja, que eu e Tânia começamos lá), mas naquele começo, me apresentaram uma senhora que queria que eu fosse à sua casa para remover da parede um altar de origem oriental – uma caixa de madeira com uma portinha na frente, usado para guardar um objeto religioso dela. Eu fui. Nunca havia visto um altar japonês na vida, então pedi algumas informações e a mulher foi me explicando: ...todos os dias ela tinha que colocar uma fruta partida ao meio em frente ao altar e fazer a prece escrita num caderninho e que assim fazia há vários anos. Era uma mulher pobre que não tinha condição de comprar laranja pros filhos, mas que pelo menos uma, tinha que oferecer todos os dias diante do deus que estava guardado naquele móvel. E antes de remover o negócio, perguntei por que ela resolveu se desfazer daquilo e a resposta foi esta: “Meu marido adoeceu e eu descobri que isto de nada serve”.

Bendita doença, que muitas vezes revela a carência que a alma tem do verdadeiro Deus!

Irmãos, qualquer coisa que nos faça descobrir a autenticidade da nossa fé, é boa... pode ser a pior doença, ela nunca é tão ruim assim!

 

Conclusão

O que espero que você faça a partir de agora?

Primeiro, que no tempo da doença, você não murmure contra Deus. Deus é bom e para ter você na presença dEle, a doença é uma boa ferramenta.

Segundo, saiba que: se a doença consegue te empurrar pra Deus, então você é um abençoado. Com Deus você é vencedor... Não existe absolutamente nada que possa separar sua alma de Deus.

Mas, se nem mesmo o tempo da doença consegue fazer você se apegar a Deus, então é terrível a sua condição... vai chegar o dia que nada lhe restará, a não ser a morte, a separação eterna da sua alma de Deus. Vai ser o inferno.

E terceiro, se quiser força na fraqueza, então, você deve entregar agora o seu coração para Deus. Ele te salvará e te guardará de todo o mal...

 

E uma última palavra:

Talvez você diga: Pastor, quer dizer que no tempo da doença, devo ficar com esses benefícios. Mas será errado, então, pedir para ser curado, pedir para ser sarado?

Bem, se a doença te empurra para Deus, então creio ser legítimo que você clame: “Senhor, cura-me, sara-me”.

 

Pr Walter Pacheco da Silveira, 23.8.2009. Baseado em “Doença”, de J.C. Ryle.

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