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TODOS SOMOS PASTORES

Mateus 9.35-36

 

“Jesus andava visitando todas as cidades e povoados. Ele ensinava nas sinagogas, anunciava a boa notícia sobre o Reino e curava todo tipo de enfermidades e doenças graves das pessoas. Quando Jesus viu a multidão, ficou com muita pena daquela gente porque eles estavam aflitos e abandonados, como ovelhas sem pastor”. – NVI

Quero falar hoje sobre o seguinte tema: Todos Somos Pastores.

Porque todos nós que participamos da igreja, que entramos para o Reino de Deus, que fazemos parte do povo de Deus, todos temos um chamado, uma responsabilidade e a responsabilidade é a de pastorear uns aos outros, é de cuidar uns dos outros.

Talvez você esteja diante de uma verdade nova, de um princípio ainda não ouvido ou aprendido. Então, quero mostrar que é completamente bíblico a afirmação deste tema: Todos somos pastores.

Veja bem: Quando Jesus viu uma multidão aguardando por Ele, a Bíblia diz que Ele teve compaixão, porque viu as pessoas, viu homens, viu mulheres, viu crianças, jovens, adultos e idosos, Jesus viu a multidão num relance e Se sentiu profundamente tocado...

 

O evangelista Mateus registrou o fato assim: Ele “teve compaixão delas, porque eram como ovelhas sem pastor”.

Interessante é que Jesus vê as pessoas como ovelhas, um animal dócil, mas que também é muito frágil e distraído...

As ovelhas precisam sempre de alguém por perto, que cuide delas, que providencie para elas o lugar de descanso, o lugar adequado para beber água, o lugar certo para comer... porque se forem deixadas, elas viram comida de lobo.

Querido, as pessoas, nós somos assim, principalmente no campo espiritual, como somos frágeis e distraídos! O ser humano se desembesta: vive independente, age como se fosse dono de si mesmo, mas é frágil e distraído, então se perde na vida, se enche de feridas, fica assustado e abatido...

Esse é o quadro que Jesus contemplou ao ver as multidões. Jesus viu as pessoas aflitas, desesperadas, muitas com um histórico de depressão, de rejeição, porque eram pessoas carentes de aprovação, de amor, de aceitação, gente que sofria o descaso, o desprezo... que lutava para sobreviver.

Pois o evangelista Mateus, registra que Jesus viu as pessoas aflitas e desamparadas, Ele as viu como ovelhas sem pastor, e descreve o sentimento de Jesus como compaixão.

Você faz ideia que sentimento é esse? Uma versão moderna da Bíblia traduz que Jesus sentiu pena, mas essa não é uma boa tradução.

Opa! Quem sou eu para julgar isso, para achar alguma coisa... mas, querido, eu tenho acesso a uma biblioteca e a pesquisas de especialistas em Bíblia, que apontam para isso, que dizer que Jesus sentiu pena é diminuir muito o verdadeiro sentimento que Ele teve.

Porque o que Jesus sentiu ao ver as multidões foi algo mais forte do que pena, foi mais profundo, foi mais intenso... foi compaixão – uma palavra que, na Bíblia, está associada a útero, você sabia?

Veja o que lemos em Is 49.15: “Será que uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou?” Olha só, a palavra compaixão está associada ao útero feminino, que gera filhos. E Deus fala: “Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você!” Aleluia!

 

A Bíblia usa os sentimentos que a mãe tem pelo bebê para nos ensinar o que é esse sentimento da compaixão.

Amado, no útero materno está presente a compaixão em sua maior força.

Veja bem: qual é a reação natural de uma mãe de verdade ao choro do seu bebê? No meio da noite, o bebê chora. O pai da criança, não escuta... se escuta, faz que não ouve.

Mas, a mãe imediatamente acorda, aliás, ela já não dorme profundamente como antes do bebê nascer. Agora, quando o bebê chora, ela já identifica logo se é um choro para mamar ou para ninar ou trocar a frauda.

O fato é que não importa a razão do choro, a mãe está atenta para dar atenção ao filho... ela não consegue ignorar – ela tem que dar atenção ao filho.

Pois veja, esse sentimento da mãe pelo filho é compaixão, compaixão materna... é um dos sentimentos mais afetuosos conhecidos pelo ser humano!

Mas existe um sentimento infinitamente mais forte do que a compaixão materna: é a compaixão do nosso Deus.

Ah! Quando Deus viu as multidões, Ele as viu como ovelhas, como filhos e teve compaixão delas. Isso significa que Deus Se levantou, Se moveu, para dar atenção aos filhos.

Eu creio, queridos, que nós estamos diante do mesmo quadro hoje em dia: ainda hoje as pessoas estão aflitas e desamparadas... ainda hoje todas continuam como ovelhas, frágeis e distraídas, e sem pastor.

Quando o evangelista Mateus registra que Jesus viu as multidões como ovelhas sem pastor, a intenção é apontar principalmente a condição espiritual das multidões: as pessoas estavam espiritualmente famintas, desanimadas...

Interessante que haviam muitas religiões, haviam muitos líderes, mas não havia nenhum pastor. Havia muitas igrejas, sinagogas, que só em Jerusalém eram mais de quatrocentas... mas não se encontrava a Palavra de Deus... não se encontrava ninguém para ministrar o pão do céu aos famintos!

 

Então Jesus falou isto que lemos no v.37: “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara”.

A seara é um campo de plantação, que no caso, já estava pronta para ser colhida. Jesus estava se referindo às multidões à sua frente. O que Ele falava, é: “Que grande colheita temos aqui! Estas pessoas precisam de cuidado, precisam de pastoreio... mas, são tão poucos os trabalhadores!” E orientou que os discípulos fizessem oração, pedindo mais trabalhadores.

Sabe, essa orientação de Jesus é resultado daquela compaixão que Ele estava sentindo. Ele ouvia o choro dos filhos e desejou aumentar o número de trabalhadores para que todas as pessoas recebessem cuidado, recebessem atenção.

A compaixão de Jesus pelas pessoas é tão grande, o desejo de cuidar de todas é tão forte, que teve uma ocasião, Jesus abriu o verbo com os discípulos e falou: “Dai-lhes vós de comer” (Mc 6.37). Em outras palavras, “cuidem destas vidas que são ovelhas sem pastor... sejam vocês mesmos os trabalhadores na seara!”

 

Então, aqui está o princípio que quero que você entenda nesta noite: que todos somos pastores.

Lógico que não estou falando de sermos todos pastores formados, mas estou falando de cada um de nós, pastorear outros no sentido de cuidar, de se importar, de dar atenção, amor e carinho, coisa que não cabe só aos pastores formados fazer.

O apóstolo Pedro declarou isto (2Pe 2.9): “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”

Esse verso da Bíblia mostra que todos nós que já nos tornamos filhos de Deus, somos, então, os escolhidos de Deus para um trabalho sacerdotal: ser instrumentos de Deus para fazer Sua obra e falar por Ele, e para contar a todos que Ele é Deus poderoso!

Irmão, é pois, muito importante termos a consciência de que como membros da família de Deus nós devemos olhar uns pelos outros, devemos cuidar dos nossos irmãos.

Não podemos fazer como Caim, que quando Deus disse: “Caim, onde está o seu irmão, Abel?” Caim respondeu: “eu sei lá!”

 

Lá em casa quando a gente responde “sei lá”, é falta de educação, porque nós sempre avisamos uns aos outros aonde vamos. Mas, Caim teve a coragem de responder pra Deus: “Eu não sei, por acaso sou o guarda do meu irmão!”

Ah! Nós ficamos parecidos com Caim quando tomamos essa atitude com nossos irmãos na igreja.

Mas, Deus quer que nós cuidemos das pessoas. Então, vamos andar vigiando os nossos irmãos... não estou dizendo para você fiscalizar ou bisbilhotar a vida de ninguém.

Deus nos livre dos que gostam de achar erros pra fofocar com outros... o que estou falando é que somos escolhidos de Deus para uma função sacerdotal – o apóstolo Pedro fala: vocês são sacerdotes do Rei.

O que é um sacerdote? O sacerdote é alguém designado para as coisas sagradas. O sacerdote é alguém autorizado, que serve diante de Deus, em favor dos homens...

O sacerdote é esse trabalhador que Jesus se referia quando disse: “Peçam, trabalhadores para a seara”. O sacerdote é esse pastor para as ovelhas...

Querido, vamos ter compaixão também... vamos cuidar dos irmãos! Todos somos pastores.

 

Pr Walter Pacheco da Silveira

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