A ORAÇÃO E OS BONS CIDADÃOS
2 Reis 20.1-5
1 Naquele tempo Ezequias ficou doente, e quase morreu. O profeta Isaías, filho de Amoz, foi visitá-lo e lhe disse: "Assim diz o Senhor: Ponha em ordem a sua casa, pois você vai morrer; não se recuperará".
2 Ezequias virou o rosto para a parede e orou ao Senhor:
3 "Lembra-te, Senhor, como tenho te servido com fidelidade e com devoção sincera. Tenho feito o que tu aprovas". E Ezequias chorou amargamente.
4 Antes de Isaías deixar o pátio intermediário, a palavra do Senhor veio a ele:
5 "Volte e diga a Ezequias, líder do meu povo: ‘Assim diz o Senhor, Deus de Davi, seu predecessor: Ouvi sua oração e vi suas lágrimas; eu o curarei. Daqui a três dias você subirá ao templo do Senhor. - NVI
Introdução
Em todos os momentos da história bíblica, lemos de como Deus responde as orações dos Seus filhos. É muito animador ler sobre como Deus responde as orações. A oração muda as coisas. A oração pode mudar tudo!
E mais maravilhoso é saber que da mesma forma como era no passado, é ainda nos dias de hoje, porque o nosso Deus não mudou e responde as orações dos Seus filhos. Ainda hoje a oração muda as coisas!
Mas, junto a esta verdade, todos precisamos saber que existem algumas atitudes importantes a ser tomadas para que a oração realmente mude as coisas para nós.
A razão porque muitos pedem e não recebem de Deus é que não se interessam por cultivar as atitudes certas.
Fazer propósitos de oração é ótimo... campanhas, correntes de oração, tem a sua importância. É válido buscar o favor de Deus de todas as formas legítimas.
Mas, eu digo a vocês: não é simplesmente orar. A oração que muda as coisas é aquela que é feita com as atitudes certas.
Tem uma frase simplista que diz assim: “Ora que melhora”. É verdade, mas essa oração que produz melhora, não é a oração descarada, atrevida. Porque muitos bêbados oram e não melhoram, porque oram sem as atitudes corretas.
Eu recebo muitos pedidos de oração. Oro por todos eles, mas de alguns eu tenho que dizer: “Senhor, Fulano pediu que eu orasse pela vida dele. Ele tá estudando pra fazer um concurso, tá querendo trabalhar na Receita Federal... ele quer ser ajudado pelo Senhor! Ele sabe o que eu sei: que o Senhor pode ajudar. Mas, querido Deus, eu sinto que ele não está muito interessado em obedecer ao Senhor. Eu não quero tornar as coisas difíceis, mas ele não está resolvido em andar no Seu caminho, em fazer a Sua vontade... o Senhor vê, ele bebe todas e fica com todas. Ele tá desse jeito, mas vê aí o que o Senhor pode fazer”.
Deus não tem nenhum compromisso em responder a oração daqueles que não estão comprometidos com Ele. Deus pode até dar ouvidos a um pecador e ajudá-lo e abençoá-lo, mas compromisso não tem. Quando Deus ouve a oração de um ímpio, é por pura bondade, graça e misericórdia.
Então, como conseguir que a oração mude as coisas? Para que as nossas orações sejam atendidas por Deus, devemos obedecer tanto as leis de Deus quanto as leis dos homens. Devemos ser bons cidadãos dos céus e da terra.
Nós precisamos seguir uma recomendação que Jesus fez e que está no Evangelho Mt 22.21, a recomendação que diz: “dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
O imperador Júlio César foi o primeiro imperador romano a ordenar que as moedas tivessem a sua imagem impressa.
Então, Jesus pediu emprestado uma moeda e ensinou aos discípulos o dever de obedecer, tanto as leis de Deus quanto as leis dos homens.
As autoridades de governo requerem impostos. A lei permite os impostos. Então, Jesus ensinou: “dai a César o que é de César e a Deus o que é devido a Deus”.
Olha essa orientação nas palavras do apóstolo Paulo para os cristãos (2Co 8.21): “Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (ACF).
E nós temos aprendido com o rei Ezequias, na oração que ele fez, e que mudou as coisas para ele, como é que nós podemos conseguir também.
E o fato importante a considerar é que o rei Ezequias, ele era assim, justo, honrado, ele tinha o cuidado de andar em honestidade entre os homens e diante de Deus! Ele escreveu, v.3: “Lembra-te, Senhor, como tenho te servido com fidelidade e com devoção sincera. Tenho feito o que tu aprovas” (NVI).
Irmão, isto é fundamental para que a oração feita a Deus, possa mudar as coisas para você.
O rei Ezequias, na oração que fez, dá exemplo do que é uma vida justa, do que é ser justo, do que é ser honesto.
Ele até pode dizer em oração: “Lembra-te, Senhor, como tenho te servido com fidelidade e com devoção sincera. Tenho feito o que tu aprovas".
Mas e nós? Como tem sido a sua vida na presença de Deus? E dos homens? Você tem andado com coerência? O que você é no prédio da igreja, você é em casa, é na escola, é no serviço?
É nosso dever andar com sinceridade como o rei Ezequias.
Andar com coerência diante de Deus e dos homens é ser honesto ao cumprir os deveres, como cidadão da terra e como cidadão do céu.
Porque tem as leis terrenas e tem as leis divinas. Nós temos que cumprir com as duas! Sobre isso, veja o que o apóstolo Paulo orienta na carta aos Romanos13.7: “Dêem a cada um o que lhe é devido: Se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra”.
O bom cristão que obedece as leis constituídas por Deus aqui na terra e que cumpre com todos os seus deveres como cidadão, esse agrada a Deus... esse faz o que o Senhor aprova, e a sua oração, como foi com o rei Ezequias, vai ser ouvida e poderá mudar o rumo das coisas. Aleluia!
Mas o grande segredo é o que acontece antes da oração. Antes de orar, é a questão é a seguinte: temos alguma dívida? Estamos devendo alguma coisa na lei dos homens? Estamos devendo alguma coisa na lei de Deus?
Porque se não fazemos o que Deus aprova, somos devedores, e isto impede que a oração mude as coisas, pelo poder de Deus, para nós.
Sabe qual é a única dívida que estamos autorizados a contrair? É o amor, o amor é a única dívida que podemos contrair.
Lemos em 1Co 13.8: “Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a lei”.
Segundo um comentário que a Bíblia de Estudo Pentecostal traz, "o crente não deve deixar de pagar suas dívidas”.
Não é proibido tomar emprestado, em caso de necessidade grave. Nada contra tomar emprestado se realmente for preciso, mas, o que não pode de maneira nenhuma é contrair dívidas por coisas desnecessárias e depois falar pra quem emprestou: “Deus te pague”.
É férias de verão, o dinheiro do Décimo Terceiro, não deu nem pra chegar no décimo dia do mês, mas a pessoa quer ir pra praia e tem que ser do Espírito Santo! Aí, pega emprestado e “Deus te pague, viu!”.
Mas, a única dívida que contraímos e nunca vamos quitar por completo, é a de amar uns aos outros. A dívida do amor precisa ser paga todos os dias, mas, quanto mais se paga, parece que mais ela aumenta, porque nunca pagamos o verdadeiro valor de uma pessoa.
O próprio Deus não falou assim: “Eu já te amei demais, trazendo você à existência. Já tá de bom tamanho”. Estava, sim. Mas o amor é eterno, não chega a um limite, não chega a um ponto em que estanca, em que para, em que fica estagnado. O amor dura para sempre.
Jesus enfatizou a necessidade do amor, tanto na relação com Deus como na relação com com o próximo.
Então, se as nossas orações estão sem resposta, estão sem mudar as coisas para nós, é porque ainda não aprendemos a abrir o coração para amar ao ponto de perdoar a quem nos ofendeu.
E esse é o clímax do amor, o seu ponto alto: perdoar a quem nos ofendeu. Isto é tão importante, que Jesus falou pra ser resolvido antes da oferta ser feita no altar.
Veja Mt 5.23-25: “Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta. "Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão”.
Jesus mostrou que a falta de amor com o próximo e o coração orgulhoso, são fatores que impedem você de experimentar o poder de Deus na oração.
A falta de amor não só impede a oração de mudar as coisas; a falta de amor também provoca uma série de distúrbios no organismo da pessoa, como mágoa, ressentimento, vontade de chorar, angústia, ansiedade, dificuldades pra dormir... quem não perdoa quem ofendeu, sofre de insônia, alterações da memória, distúrbios digestivos náuseas, tem palpitações, hipertensão arterial, medo... e, sabe, muitos partem para a bebida alcoólica a fim de esquecer a ofensa.
Foi feita uma pesquisa e se constatou que pelo menos 18% dessas pessoas que não amam, elas tem chegado à tentar o suicídio.
Mas, não existe melhor remédio para curar as mágoas do que o amor. Nós crentes precisamos saber que o amor é a essência de tudo... tudo começa no amor, se sustenta no amor e culmina no amor.
É por causa do amor de Deus que somos ouvidos em nossas orações. Muitas vezes, muitas mesmo, não é por nosso merecimento que Deus ouve, mas é por amor a nós.
Quem perguntar por que Jesus morreu na cruz, vai ter essa resposta: é que Deus amou o mundo de tal maneira, é porque Deus amou o mundo que Ele deu o Seu Filho na cruz por nós (Jo 3.16).
Sabe, é com o amor que o pecado vai ser vencido.
Quando você aprende isto e começa a amar o próximo, a sua oração, pode ter certeza, vai mudar as coisas para você.
A oração é poderosa, porque é dirigida a um Deus poderoso. A oração muda as coisas, mas essa oração que muda as coisas é a oração dos cidadãos cumpridores dos seus deveremos.
Pr Walter Pacheco da Silveira, 10/07/2016