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A MAIOR NECESSIDADE DE TODOS OS TEMPOS - 2

2 Samuel 6.1-2, 14-15

 

Vamos ler o texto:

De novo Davi reuniu os melhores guerreiros de Israel, trinta mil ao todo.

Ele e todos os que o acompanhavam partiram para Baalim, em Judá, para buscar a arca de Deus, arca sobre a qual é invocado o nome do Senhor dos Exércitos, entronizado entre os querubins acima dela.

Davi, vestindo o colete sacerdotal de linho, foi dançando com todas as suas forças perante o Senhor,

enquanto ele e todos os israelitas levavam a arca do Senhor ao som de gritos de alegria e de trombetas.

Aconteceu que, entrando a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, filha de Saul, observava de uma janela. E, ao ver o rei Davi dançando e comemorando perante o Senhor, ela o desprezou em seu coração.

 

Introdução

Conversamos no Domingo passado sobre A Maior Necessidade de todos os tempos para homens e mulheres.  

É uma necessidade que faltou na Pirâmide de Maslow, também conhecida como a Pirâmide das Necessidades Humanas Básicas.

Maslow, foi um psicólogo norte-americano (falecido a quase 50 anos), que estudando o que todo ser humano precisa, agrupou as necessidades em cinco níveis, que no entendimento dele, são essenciais suprir para toda pessoa viver bem.

Ele pensou nas necessidades fisiológicas, segurança, socialização, estima e auto-realização. Mas, não prestou atenção à necessidade mais básica de todas, que é na verdade, imprescindível, é a necessidade da presença de Deus.

Mas, Maslow não deve ser culpado sozinho por isso. Desprezar a presença de Deus, por mais absurdo que possa parecer, é um problema antigo da humanidade.

Vemos isto acontecendo aqui, no livro do profeta Samuel.

 

A arca da aliança tinha ficado perdida por um tempo. E, antes de avançar na nossa conversa, vamos ver o que era essa arca da aliança.

Porque tem duas arcas famosas na Bíblia. Tem aquela arca que Deus mandou construir para salvar pessoas e animais do dilúvio que viria. E a propósito: quem foi mesmo que construiu essa arca? Noá, Noé, Noí, Noó ou Noú? Acertaram, Noé!

A outra arca é bem diferente desta e era chamada Arca da Aliança. Era um móvel que Deus mandou Moisés construir, feito de madeira de acácia que é uma madeira extremamente durável e super-resistente. E esse móvel, era todo revestido de ouro maciço. E dentro dele, Deus mandou que fossem guardados: as Tábuas dos Dez Mandamentos, um pote com Maná e o Cajado de Arão que havia florescido.

Esse móvel tinha um metro e dez centímetros de comprimento, setenta centímetros de largura e setenta de altura. Deus mesmo é quem definiu as medidas para Moisés. (Ex 25.10-22).

Hoje se fala em metros e centímetros, mas no original, Deus falou em côvados a fita métrica do passado, que é a medida da ponta do dedo médio até o cotovelo, em média esquivale a 45 ou 50 centímetros.

Mas, mais importante que tudo, era a parte de cima da arca, chamada de propiciatório, onde estava a figura de dois anjos querubins, também feitos de ouro, colocados de frente um para o outro e com as asas estendidas para frente.

Esse lugar em cima da arca, tinha um significado muito especial, porque era o lugar onde Deus Se manifestava, era o lugar onde a glória de Deus Se manifestava, era o lugar onde Deus Se mostrava propício (daí o nome propiciatório) – era o lugar onde havia uma luz misteriosa, chamada de shekiná, que era a manifestação da presença, da glória de Deus.

E não é sem propósito que Deus mandou que os anjos fossem colocados na tampa em posição de reverência, de adoração (Ex 25.22), porque ali se revelava a glória de Deus.

Portanto, entenda que esta arca não era um móvel qualquer. Tratava-se de um símbolo da presença de Deus, da manifestação da glória de Deus. O significado da arca era a presença de Deus – onde a arca estivesse, ali estava representava a presença de Deus.

 

Mas, aconteceu que a arca ficou longe de Jerusalém por muito tempo. Ela pertencia ao povo de Deus, mas houve governantes em Israel que não se importaram muito com a arca.

O rei Saul, por exemplo, só se preocupou em governar, em ter popularidade. Ele não se preocupou em ter a presença de Deus de volta.

Até que Davi assumiu o trono. E, diferente de Saul, a primeira preocupação do rei Davi, foi trazer de volta para o seu lugar, a arca da aliança – o símbolo da presença de Deus no meio do Seu povo.

Porque para Davi, a maior necessidade é essa: a presença de Deus no meio do Seu povo. Então, ele foi buscar de volta a arca da aliança.

E aí, lemos nesse texto do exato momento em que a arca é buscada de volta.

Ela estava na casa de um tal de Abinadabe (v.3), e o rei Davi foi lá trazer a presença de Deus novamente para o meio de Israel.

Eu mostrei no Domingo, que esta é uma expressão que você deve entender direito, a expressão “trazer a presença de Deus”, porque é o que a gente mais precisa fazer, porque, também, esta é a única forma de nós vermos as coisas melhorarem.

Essa corrupção vergonhosa no caráter do brasileiro, não vai melhorar, a não ser que, nós, igreja, consigamos trazer a presença de Deus sobre a nossa nação.

Tem coisas na vida que não vão melhorar, a não ser que, você consiga trazer a presença de Deus sobre a situação que está vivendo.

Mas, essa frase: “trazer a presença de Deus”, o que significa? Porque, Deus está presente em todo o lugar. A Teologia chama isso de Onipresença. Deus está em todo o lugar. Mas, sabe, Deus não Se manifesta em todo lugar. Talvez, você até gostaria, mas a presença de Deus não Se manifesta em todo lugar.

 

Lembra da ilustração que fiz sobre você num avião com o Neymar lá dentro?

Você está indo de avião para um passeio na França. Oh! Glória! O avião é dos grandes, 380 lugares. No meio dos 380 passageiros, tem um famoso, o Neymar. Você o vê sentando numa poltrona de primeira classe, com um fone de ouvidos daquele tamanho, olhos fechados, dormindo, sem nenhuma manifestação. Ele simplesmente não toma conhecimento de nada. Não se manifesta.

Tá vendo? A presença tá lá, mas não faz nada, não se move. Vai ser melhor você ligar a televisão num dia de jogo, porque aí, você vai poder ver o Neymar jogando e produzindo alguma coisa. Porque, sentado no avião, só tá a presença, mas em campo, você vai ver a manifestação dele, as jogadas dele.

É isso. Deus pode estar num lugar e não manifestar a Sua presença.

Mas por que? Porque Ele espera por pessoas que honrem a Sua presença, porque a glória de Deus não é vulgar, não é qualquer coisa. Deus está revestido de santidade e não se pode diminuí-la.

Então, para Deus manifestar a Sua presença, Ele espera por pessoas dispostas a pagar um preço por isso. É o que o rei Davi se preocupou em fazer. A presença de Deus era importante para ele. O rei Davi honrava a presença de Deus, então, ele foi buscar a arca da aliança!

 

Irmão, é o que a gente precisa fazer também. Precisamos honrar a presença de Deus.

E estamos honrando? Aqui é um prédio da igreja, é um ambiente onde o foco principal é o nome de Deus, é a Pessoa de Deus, é a presença de Deus.

Mas você está consciente disso ou se comporta como se estivesse no supermercado? Porque num supermercado a gente escolhe. E quantos ficam assim na presença de Deus, só escolhendo o que é bom pra elas: “Não vou me levantar pra louvar a Deus, não. Não vou abrir a Bíblia pra ler, não. Não vou fechar os olhos pra orar, não. Não vou ofertar, não. É pra Deus? Qualquer coisa serve, Ele me entende”.

Essa é a explicação porque Deus não manifesta a presença dEle, sempre. É porque não pagamos o preço de santidade, de consagração. Não estamos sabendo lidar com a presença da glória de Deus.

Mas, para a nossa instrução, a Bíblia dá um close em três personagens aqui do texto. E eu quero falar deles, porque eles representam as atitudes que nós temos em relação a presença e a glória de Deus.

São três personagens, são três atitudes, mas duas delas não combinam, não contribuem para a manifestação da glória de Deus. Deixa eu mostrar o primeiro personagem.

 

O nome dele é Uzá, aparece no v.3 e no v.6-7 fala de algo muito chocante que aconteceu: “Quando chegaram à eira de Nacom, Uzá esticou o braço e segurou a arca de Deus, porque os bois haviam tropeçado. A ira do Senhor acendeu-se contra Uzá por seu ato de irreverência. Por isso Deus o feriu, e ele morreu ali mesmo, ao lado da arca de Deus”.

Esse Uzá representa muito bem aqueles que querem a presença de Deus, mas que não respeitam a presença de Deus.

Uzá representa aquelas pessoas que estão na igreja, participam do louvor, levantam as suas mãos, fazem suas orações, dedicam suas ofertas, mas que não tem noção ou não querem ter, da santidade que envolve a glória de Deus.

Elas querem a presença de Deus, mas querem do jeito delas, da maneira delas, que é ter sem ter que pagar um preço de consagração, sem ter que seguir o que a Palavra diz. Mas, irmão, não funciona.

Talvez você se choque ao ler que um homem morreu fulminado por Deus, por ter estendido a mão e tocado na arca. Mas isso foi não apenas um tratamento de Deus para aquele homem, isso é uma mensagem para todos nós. É Deus dizendo: “Não brinquem com a minha glória. Não brinquem com a minha presença. Se vocês me querem no meio de vocês, então, passem a viver de acordo com a minha presença”.

Já estava escrito na lei que ninguém podia tocar na arca. É por isso que tinha argolas dos lados. Precisando transportar a arca de um lugar para outro, um pedaço de madeira tinha que passar pelas argolas e aí, sim, os sacerdotes deveriam carregar a arca sobre os seus ombros. Era um móvel pesado, mas não era um móvel somente, era a representação da presença, da shekiná, da glória de Deus!

Mas, aí, alguém teve a ideia de fazer diferente da orientação de Deus, a ideia de construir uma carroça puxada a boi. Eles pensaram: “Bom, a Palavra de Deus diz que tem que ser nos ombros, mas a gente tem um jeito melhor de levar a presença de Deus. Vamos fazer uma carroça, colocar a arca sobre ela e partir para a festa. Não tem erro!”

Mas, enquanto eles levavam a arca na carroça, os bois tropeçaram e aquele Uzá, logo estendeu as mãos pra segurar a arca, evitando dela cair.

É muito curioso esse jesto de Uzá. Ele era filho de Abinadabe. A arca esteve na casa dele por muito anos e a Biblia não conta sobre o que aconteceu lá.

Parece que a arca ficou apenas guardada naquela casa. Provalvelmente, colocaram num cômodo e ela ficou lá, guardada. Quer dizer, a presença de Deus não havia sido honrada naquela casa, porque se tivesse, era bem provável, a gente iria ler aqui, sobre como a casa de Abinadabe foi abençoada, porque não era apenas um móvel, era a presença de Deus, mas nada se diz sobre isso.

Para as pessoas daquela casa, a arca era um móvel qualquer. Só era de ouro, mas era um móvel qualquer. Por isso, Uzá estendeu as suas mãos para tocar na arca, porque pra ele era só um móvel. Mas, por ter tocado na arca, Deus o feriu e ele morreu naquela hora.

 

Quem é Uzá? Uzá são aqueles, que como eu falei, querem a glória de Deus, querem a presença de Deus, mas não querem alinhar a sua vida com a Palabra de Deus. São pessoas que querem ter experiência com Deus, mas que não querem se comprometer ao ponto de fazer força, de carregar peso sobre os ombros.

Tem muita gente querendo viver um evangelho confortável, sem ter preço à pagar, sem ter nada pesando nos ombros. Mas esse não é o evangelho do nosso Deus.

Qual foi o pecado de Uzá? O pecado de Uzá foi desprezar a orientação de Deus e fazer as coisas do próprio jeito.

Quanta gente na igreja, em geral, que está assim, fazendo do próprio jeito, desprezando os princípios de Deus? Gente participando de cultos, levantando as mãos, vindo ao altar, mas que ao sair por aquela porta, se esquece do que viveu, do que orou, do que cantou!

Quantos que ao chegar em suas casas, vão ligar a televisão pra assistir lixo? Quantos que após o culto, vão sair e vão magoar, vão ferir, vão tratar mal as pessoas e até da própria família!

Meus irmãos, se nós queremos a glória de Deus, nós precisamos nos alinhar com a Palavra de Deus. Porque não é oba-oba, é compromisso com a santidade de Deus. E isso, Uzá esqueceu.

Portanto, o pecado de Uzá foi querer a presença de Deus sem o preço da consagração. Achou que podia carregar a presença, sem um preço a pagar, que é o da consagração, o da santidade.

Há uma expressão repetida na Bíblia que diz  (Js 3.5 – NVI): “Santifiquem-se, pois amanhã o Senhor fará maravilhas entre vocês”  Leia comigo...

Nós amamos as maravilhas, amamos a manifestação do poder e da glória de Deus. A questão é que nem todos estamos dispostos a nos santificar para que o Senhor manifeste Sua presença.

Então, a gente vê o rei Davi preocupado em trazer a arca de volta para o meio do povo, mas Uzá não colabora. Ele até quer ajudar, ele tava lá, conduzindo a carroça, mas estava fazendo do jeito dele e não do jeito de Deus.

A própria carroça, quem sabe, Uzá foi quem arrumou. Devia estar em bom estado, limpinha, rodas lubrificadas, bois dos mais fortes, mas não foi assim que Deus orientou fazer. Qual era a coisa certa? Fazer conforme Deus estabeleceu.

Mas, Uzá ignorou a vontade de Deus e Deus o feriu, porque Deus é santo e isso não pode ser diminuído nem mudado. Deus é santo e nós precisamos temer diante da santidade dEle.

Olha o que Deus diz pela boca do profeta Isaías (Is 1.12-13): “Quando lhes pediu que viessem à minha presença, quem lhes pediu que pusessem os pés em meus átrios? Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é repugnante para mim. Luas novas, sábados e reuniões! Não consigo suportar suas assembléias cheias de iniquidade”.

Deus está dizendo: “Eu não tolero um culto bonito, cheio de pessoas arrumadinhas, mas que são comprometidas com o pecado. Eu não posso suportar isso”.

E no v.14, lemos que Deus falou: “Suas festas da lua nova e suas festas fixas, eu as odeio. Tornaram-se um fardo para mim; não as suporto mais!” Que coisa, o povo de Deus chegou nesse ponto: o culto que eles faziam era incoerente com a vida que levavam, então, era um sofrimento para Deus.

 

Irmão, se nós queremos a presença do Senhor, nós precisamos nos apresentar como homens e mulheres que são prazer para o coração de Deus.

Se queremos a presença de Deus, precisamos nos comprometer com a Sua Palavra, com a Sua santidade. Uzá morreu, irmão, porque Deus não Se deixa diminuir. Deus tem um nome e o Seu nome é santo, e Ele zela, diante dos anjos e dos homens, pela santidade que tem.

Portanto, Deus não Se manifesta aonde a Sua glória vai se misturar com a maldade dos nossos pecados.

Aliás, o apóstolo Paulo fala aos Gl .6.7-8: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”.

 

Qual é a pergunta? O que você está semeando? Uzá semeou irreverência e a Bíblia diz que Deus o feriu por causa disso. Ou você está semeando consagração, paixão, total entrega da sua vida para o Espírito de Deus? Porque a sua semeadura vai determinar qual vai ser a sua colheita.

Se você pensa que essa coisa de Deus tratar severamente com pessoas que brincam com a Sua glória, era só lá no passado, engano seu, porque Deus continua tratando com severidade as pessoas.

Eu não quero gerar medo em você. Quero gerar fome pela manifestação da glória de Deus, mas eu te digo: ter a manifestação da glória de Deus, da presença de Deus, vai exigir de você um posicionamento diferente.

O que eu quero pedir é que se a sua vida está desalinhada, se você vive uma vida dupla, é santo aqui nos cultos, é consagrado na hora do louvor, mas no dia a dia é descomprometido com Deus, é contaminado pelo mundo, consagre-se ao Senhor, para que a glória dEle possa vir, não apenas sobre a igreja, mas sobre a sua vida, sobre a sua casa, sobre os seus anseios!

Interessante é que o rei Davi ficou tão chocado com aquele acontecimento com Uzá, que ele perdeu o ânimo de trazer a arca, v.10. Davi sofreu um período de desistência.

Lemos no v.8 que o rei Davi colocou o nome naquele lugar aonde Uzá morreu, ele chamou de Perez-Uzá, que significa brecha de Uzá.

O rei Davi estava dizendo: “Pra que a gente nunca esqueça desse fato, eu chamo esse lugar de Perez-Uzá, a brecha de Uzá, porque quando alguém dá brecha, a glória de Deus vai embora”.

 

Conclusão

Irmão, pode ter certeza, nesse tempo Deus quer Se manifestar, Ele quer mostrar a Sua glória, manifestar o Seu amor, o Seu poder, a Sua presença. Deus não gosta de ficar na dEle, dormindo numa poltrona de primeira classe. Deus gosta de manifestar a Sua glória.

Mas, por favor, não seja brecha. Alinhe o seu coração. Se consagre.

 

Pr Walter Pacheco Silveira

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