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A UNIÃO DESEJADA

João 17.20-23

 

Dois grandes navios estavam prestes a se enfrentar em uma grande batalha. Pois, um almirante (esta é a patente mais alta da marinha), pois, um almirante, encarregado de um dos navios em alto mar, perguntou para um dos seus oficiais: "Onde está o capitão fulano?" E depois de algumas conversas, descobriu-se o seguinte: que aquele almirante não se dava bem com o capitão, eles não se falavam. Mas, o almirante mandou chamar o capitão. Ele veio e o almirante pegou a mão direita do capitão e com ela, apontou para o navio inimigo e o almirante falou: "Soldados, aquele é o inimigo". E todos aplaudiram os oficiais, que se abraçaram e se prepararam para aquela batalha. E sabe, eles venceram o navio inimigo!

Nós, Igreja de Jesus, esta comunidade aqui, estamos numa batalha. Nesta batalha não lutamos com armas convencionais. Não procuramos matar ninguém. Não damos tiro de revolver, não atiramos pedras.

Porque esta é uma batalha espiritual. Nós lutamos contra forças espirituais do mal e nossas armas, portanto, são espirituais: tem uma que chama oração, outra que se chama fé e outra que se chama a Palavra de Deus.

E nosso comandante de maior patente, é Jesus, que já ganhou a batalha! Isso que é tremendo! Sim, o nosso inimigo já foi derrotado pelo Filho de Deus!

Quando Jesus morreu na cruz, o diabo comemorou, mas foi ali que Jesus destruiu a arma mais poderosa do inimigo, que era a culpa do nosso pecado. Essa culpa Jesus pagou com a Sua morte na cruz.

Jesus morreu, mas nem morto ficou, porque ressuscitou no terceiro dia. E aí, que o inimigo foi desbancado de vez, porque até da morte Jesus venceu, e antes de voltar aos céus, o Senhor declarou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.18-19 – ACF).

 

 E agora, é nossa missão fazer discípulos de todos os cantos da terra. É nossa missão multiplicar o número dos discípulos de Jesus! É nossa missão trabalhar para o crescimento do reino de Deus!

Mas o inimigo, que já está derrotado, mas que é desaforado, tenta nos impedir.

Como o inimigo pode nos impedir? O que você acha que ele pode usar contra nós?

Estou convencido de que uma das estratégias favoritas do inimigo para impedir o crescimento da igreja, é a discórdia.

Se o inimigo conseguir nos separar, nos afastar uns dos outros, nos desunir, a Igreja fica enfraquecida e não vai se mover pra fazer discípulos.

Se começarmos a lutar entre nós mesmos e esquecermos quem é o nosso inimigo, ele vai rir de nós e nos ridicularizar.

 

Eu acredito que é por isso que, antes de ir à cruz, Jesus orou por nós. Sim, Jesus orou por você e orou por mim.

E sabe o que Ele pediu em oração? Jesus pediu pra nós sermos um, sermos unidos. Este foi o grande pedido da oração de Jesus.

Vamos ler em João 17.20-23 e ler as palavras da oração que Jesus fez: “Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, 21 para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.

22 Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: 23 eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste” (NVI).

Jesus pronunciou estas palavras na última noite de Sua vida antes da cruz. Ele tinha participado da última ceia com os discípulos.

Então, Ele havia partido o pão, que representava o Seu corpo que seria ferido por causa de todos. Jesus também serviu o cálice com vinho, simbolizando o sangue que Ele derramaria no sacrifício da cruz.

Portanto, foram momentos de profunda emoção do nosso Senhor. Jesus sabia o que esperava por Ele, embora os discípulos não fizessem ideia.

Jesus sabia que tinha pouco tempo, então, Ele priorizou dar expressão ao que estava mais forte em Seu coração. Jesus pediu ao Pai por cada um dos discípulos e por todos os que ainda viriam a crer nEle para a salvação.

É nesse grupo que nós entramos. Não é grupo de WhatsApp, mas é grupo dos discípulos de Jesus.

E o que Jesus pediu naquele momento de agonia antes da cruz? Ele pediu o que está no v.21, “para que todos sejam um”.

Irmãos, a união entre nós na igreja, não é um acessório que faz bem a gente ter, não é um luxo. É essencial.

Veja: o inimigo luta para tirar a união, mas Jesus ora para que tenhamos união.

Agora, até que ponto Jesus quer que sejamos unidos? Vamos ler o v.22 novamente: “para que eles sejam um, assim como nós somos um”.

Jesus quer que sejamos tão unidos como Ele e o Pai são. Deus não é sozinho.

Aliás, Deus é uma comunidade de três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. O Pai é Deus, Jesus é Deus, o Espírito Santo é Deus e não são três Deuses. Deus é um só, mas que Se manifesta na forma de três pessoas que Se amam e Se relacionam em perfeito amor.

 

Vemos isso já no primeiro capítulo da Bíblia, quando Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gs 1.26).

Existe uma concordância entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Pai ama o Filho. O Filho Se submete ao Pai e o Espírito Santo exalta o Filho. Mas, nenhum é menor que o outro, nenhum se aproveita do outro. Todos fazem o que fazem com alegria.

E, parece incrível, que Jesus quer que nós tenhamos esse tipo de união.

Portanto, o modelo para a união entre os crentes é a união que existe no próprio Deus. Jesus quer que a Igreja seja uma quantidade numerosa de pessoas, mas unidas num só corpo. Muita gente, mas um só corpo. Muita gente, mas um só propósito. Muita gente, mas uma só missão.

Agora, se é isso que Jesus quer para nós, temos que nos perguntar: que tipo de união é esse? É a união visível? É esta que se vê quando nos reunimos num só lugar?

Não, meus irmãos. É até bonito de se ver as pessoas reunidas para o culto cantando e celebrando ao Senhor. Mas esse não é o tipo de união que Jesus deseja de nós, porque esse não é o tipo de união que existe entre Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

A união entre Eles, a união da Trindade, é espiritual, é uma união espiritual porque Deus é Espírito.

Então, isso significa que a união que Jesus procura ver em nós, não é simplesmente a união de quando nos reunimos aqui no prédio.

Quantas horas tem uma semana? 168. Quantas horas, por semana, você passa reunido com as pessoas da igreja?

Se você é daqueles que vem para a Escola Bíblica e participa do culto Domingo a noite, isso representa 4 horas. E se você está na reunião de oração às quintas-feiras e na reunião da célula, 4 + 2 = 6 horas, apenas 6 horas por semana você passa reunido. Não é essa união que Jesus quer entre nós.

Pelo contrário, a união que Jesus quer entre nós é uma união espiritual, que significa mais do que estar junto no mesmo lugar. Significa estar unido na fé, unido no amor e unido na missão ou no propósito – porque viver a fé, manifestar o amor e cumprir o propósito, são coisas que acontecem mais vezes fora da reunião.

Imagine, que você coloque uma bola de barro, um pouco de pedras e algumas folhas de alface juntos no freezer. Deixa pra congelar por dois ou três dias. Depois desse tempo, como estará a bola de barro, as pedras e as folhas? Bem unidos! Virou um bloco só. Esse é o tipo de união que algumas igrejas têm.

As pessoas estão unidas porque congelaram juntas. Mas, assim que houver um pouco de calor – um pouco de dificuldade, um pouco de crise – a união estará perdida. As folhas, as pedras e o barro vão se separar uns dos outros. Estão juntos, mas essa não é a união verdadeira.

 

Qual o tipo de união que nós devemos ter?

A união que tem, por exemplo, os ingredientes de um bolo. A farinha, o açúcar e o leite são misturados, por fim, você já não vê mais a farinha, o açúcar e o leite – porque se uniram numa massa só. E aí, vem o calor do forno, mas eles não se separam, pelo contrário, aí que ficam mais inseparáveis ainda.

É isso! Sob o calor da presença de Deus, sob o fogo do Espírito Santo, nós nos tornamos inseparáveis, e não é porque um é bonito, outro é simpático, outro é divertido, outro é inteligente, mas é por causa do amor de Deus que vive no nosso coração.

Irmãos, como podemos ter esse tipo de união?

Ah! Ela é possível somente por causa de Jesus. Jesus, em Sua oração, revelou o seguinte (v.22): “Dei-lhes a glória que me deste”.

Jesus está dizendo que a glória de Deus que repousava sobre Ele, agora Ele fez repousar sobre nós. Recebemos de Jesus a glória de Deus.

Essa “glória de Deus” significa a manifestação da própria presença de Deus, é a shekinah. Deus Pai Se manifestou no Deus Filho e, agora, Jesus diz “passa a se manifestar nos crentes também”! Aleluia!

No Antigo Testamento, a glória de Deus acompanhava o povo de Israel durante a jornada deles pelo deserto. Era uma nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a noite.

Séculos depois, com a construção do templo pelo rei Salomão, a glória de Deus passou a encher o templo como uma nuvem de fumaça.

Aí, passados alguns séculos, aconteceu do templo ser destruído e a glória de Deus nunca mais voltou a habitar um templo feito por mãos humanas.

Até que na plenitude dos tempos, no tempo designado por Deus, a glória de Deus voltou ao mundo na forma de um homem, em carne e osso, na pessoa Jesus, o Filho de Deus, que viveu uma vida perfeita e morreu na cruz, pagando por nossos pecados, pra nos restaurar para a vida com Deus.

Por isso, é que Jesus declarou em Sua oração: “Dei-lhes a glória que me deste”, Desde então, sobre cada pessoa que recebe a salvação de Deus por meio do que Jesus fez na cruz, agora, sobre ela, repousa a glória de Deus.

É isso que nos une – a glória de Deus, o que temos de comum uns com os outros é que a presença de Deus habita em nós! Quando recebemos Jesus por nosso Salvador, nos tornamos o novo templo e a glória de Deus nos enche.

É por causa da glória de Deus que nos unimos espiritualmente uns aos outros.

E é por causa da glória de Deus sobre nós, que Jesus nos deu, é que podemos perdoar, podemos amar e viver unidos!

 

E, sabe, quando chegamos a essa união, o mundo percebe. Jesus declarou (v.22): “Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste”.

Jesus quer que alcancemos a verdadeira união para que o mundo perceba que Ele realmente foi enviado pelo Pai.

Em outras palavras, o evangelho somente é pregado com poder, quando estamos unidos; o crescimento da igreja somente acontece, quando estamos unidos. Por isso que a união entre nós na igreja, não é luxo, não é acessório, é fundamental.

 

Conclusão

Conta-se a história de um pai que era dono de uma grande empresa e nela, empregava os seus quatro filhos. Esse pai, antes de morrer, reuniu os filhos e disse: “Eu tenho guardado um feixe de cabos de vassoura amarrados”. E disse ao filho mais velho que fosse pegar aquele feixe de cabos de vassoura. Quando o filho veio trazendo aquele feixe, o pai pediu que o filho quebrasse aquele amarrado de cabos de vassoura. Mas, ele tentou e não conseguiu. Como estavam amarrados juntos, ficaram muito fortes. Então, o pai desamarrou e disse ao filho para quebrar os cabos um a um. E desta vez, foi muito fácil para ele. Então, o pai disse aos seus quatro filhos: “Vocês são como esses cabos de vassoura: unidos, ninguém pode quebrar vocês, mas se vocês se separarem uns dos outros, logo serão quebrados facilmente”.

Irmãos, estou convencido de que Deus preparou coisas muito boas para nossa igreja. Mas perderemos as bênçãos se não estivermos unidos.

Mas, essa união é mais do que estar junto pra uma reunião. Essa união significa estarmos unidos na fé, no amor e no mesmo propósito.

E essa união cresce à medida que, intencionalmente, andamos mais perto uns dos outros durante a semana: conversando, trocando mensagens, prestando algum favor, comendo, e acima de tudo, andando mais perto de Jesus.

Se você está unido só quando está reunido, essa união não é verdadeira. É bola de barro, pedra e folhas no freezer... vem o calor e separa tudo.

 

Ministração

 

Pr Walter Pacheco da Silveira, 19/08/2018

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