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CARTA À IGREJA EM TIATIRA

Apocalipse 2.18-29

 

Introdução

Eu quero sugerir que você escreva nesta semana, uma carta para Deus falando com Ele sobre a nossa igreja, e no próximo domingo, na hora da entrega de ofertas e dízimos, você vai colocar a sua carta numa caixa bonita que vai estar aqui na frente.

Nós temos estudado, ultimamente, sobre as cartas que Jesus mandou para sete igrejas da Ásia Menor, na antiguidade. Hoje nós vamos abrir mais uma carta.

Então, nós vamos escrever uma carta para Deus também. Combinado? O que você escreveria para Deus pensando na sua igreja? Escreva a sua carta... peça os filhos para escreverem uma carta para Deus também!

Vamos abrir hoje a carta para a igreja em Tiatira, está em Ap 2.18-29. Garanta que a pessoa que está perto de você acompanhe a leitura.

Vamos estudar a carta a uma igreja que tinha uma dificuldade muito séria: ela tolerou uma pessoa que tinha liderança na igreja e que, ao exercer a liderança dentro daquela igreja, essa pessoa, sozinha, desviou muitos membros daquela igreja. Essa pessoa fez com que outras pessoas esfriassem na fé e deixassem de ser discípulos de Jesus, embora ficassem dentro da igreja.

Imagina isso: uma igreja cheia de pessoas, que apesar de estar dentro da igreja, não estão mais seguindo a Jesus. Estava desse jeito na igreja em Tiatira.

O grande pecado dessa igreja foi ser tolerante com o erro. Interessante, que das sete cartas de Jesus para as igrejas, essa é a maior de todas. É a maior carta das sete, ela tem muito conteúdo. Eu até nem vou conseguir abordar tudo hoje, numa pregação só.

Pra começar, vamos falar um pouco sobre a cidade de Tiatira. Era uma cidade sem importância nenhuma. Tiatira só servia de passagem para quem ia para Pérgamo, aquela cidade só servia pra isso.

Mas era uma cidade que tinha muito sindicato de artesãos, e era isso que movimentava a cidade, haviam muitos sindicatos.

E acontecia que esses sindicatos promoviam festas, festas com comida sacrificada aos ídolos e festas também regadas de muita imoralidade.

Naquela cidade era assim: ou você se associava a um sindicato ou profissionalmente você estava fadado ao fracasso, ao prejuízo. Essa era uma das lutas que aquela igreja, cristã, enfrentava, porque muitos na igreja, defendiam que você tinha que participar desses sindicatos... porque uma coisa era uma coisa e outra coisa era outra coisa. Já ouviu isso?

E eles diziam: “Não tem nada demais”. O grande problema, então, daquela igreja, era interno e não externo... o grande perigo estava dentro da igreja e não fora dela.

Sendo uma cidade de pouca importância, poucos judeus moravam naquela cidade, então não havia muita perseguição aos cristãos como em Éfeso e Pérgamo. Não tinha em Tiatira, culto ao imperador... então, os membros daquela igreja viviam mais tranquilos, porém, o grande problema deles era interno – eram pessoas que se desviavam da verdade e que, dentro da igreja, faziam de tudo para desviar os outros da verdade também. Vamos ler a carta.

Pergunta a pessoa do lado: “Você tem ouvidos para ouvir?” Porque uma coisa é ouvir e outra coisa é ouvir. Entende isso?

Conheço pessoas que durante anos estiveram numa igreja e ouviram muita mensagem, até que um dia, ouviram e tomaram uma decisão.

Como é fácil a gente ouvir, ouvir, ouvir e ficar sem ouvir... quando temos o coração duro, a mente travada, Deus fala e a gente não ouve. É que nem água nas costas de um pato, bate e escorrega, não fica, não encharca. Então, quem tem ouvidos para ouvir, deve ouvir a mensagem de Jesus.

Que, no v.18, Se apresenta de forma muito interessante. Jesus Se apresenta dizendo: “Esta é a mensagem do Filho de Deus, que tem olhos que brilham como o fogo e pés brilhantes como o bronze polido”. Numa versão antiga, lemos assim: “Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente”.

Jesus Se apresenta como Filho de Deus. É porque naquela igreja acontece essa situação: tem uma mulher se colocando na liderança e dizendo: “Eu sei todas as coisas, eu sei como você tem que viver... vocês não tem que seguir as orientações dos apóstolos!”

É por isso que o Senhor Se apresenta, propositalmente, como Filho de Deus nessa carta. E sabe, é a única vez que esse título “Filho de Deus” aparece no Apocalipse. Em todo o livro, essa é a única vez que Jesus Se apresenta como Filho de Deus, porque se tem alguém que sabe tudo sobre como se deve viver, esse é o Filho de Deus.

E é interessante que Jesus diz usa duas figuras muito fortes para Se descrever. A primeira é que Jesus diz que Ele tem olhos que são como chama de fogo. Isso era para a igreja se preparar para ouvir as palavras severas que Jesus tem para falar.

Olhos como chama de fogo significam que Jesus olha para a igreja com extremo juízo. Dos olhos de Jesus nada se esconder!

Muitas vezes nos esquecemos disto, que Jesus nos sonda, nos vê por dentro e sabe muito bem o que está em nosso coração, inclusive os pensamentos e os sentimentos mais secretos. O Filho de Deus conhece.

Se nós tivéssemos consciência de que Deus vê tudo e sabe tudo, talvez, fôssemos mais cuidadosos por onde andamos e as coisas que fazemos.

Muita coisa que acontece no mundo afora, acontece porque falta justamente essa consciência, essa noção de que Deus vê e sabe.

Esse conceito de que Deus sabe e Deus vê tudo, isso parece que foi tirado da mente das pessoas... poucos são aqueles que pensam em Deus como alguém que está perto e não longe, vendo e sabendo tudo.

Os mais velhos aqui irão se lembrar de que porta de igreja, ficava aberta de dia e de noite. Igreja católica não se preocupava em fechar nenhuma porta, ficava tudo aberto, porque ninguém ficava com medo de ser roubando, assaltado.

Igreja evangélica não tinha alarme, câmera espalhada com aquele aviso simpático: “Sorria, você está sendo filmado”. As igrejas não tinham segurança contratado.

Por que? Porque existia temor na sociedade. Os bandidos não roubavam igrejas porque haviam neles um certo temor da presença de Deus: “Não, igreja a gente não rouba porque é a casa de Deus e com Deus a gente não mexe”. Esse era o pensamento.

Mas, desde quando o temor acabou, desapareceu, pronto: não tem mais prédio de igreja sem câmera, sem alarme, sem segurança...

Porque a falta de senso da presença de Deus é que faz a pessoa viver irresponsavelmente... até tirar a vida de outras pessoas é pouca coisa, é como cortar um galho de árvore, é a mesma coisa.

A vida irresponsável é consequência imediata da falta do temor a Deus.

Olha o que está escrito no Sl 11.4: “O SENHOR Deus está no seu santo Templo; o seu trono está no céu. Ele vê todas as pessoas e sabe o que elas fazem”.

O salmista fala da presença permanente de Deus, que Ele vê todas as coisas sempre, que sabe tudo o que é feito sempre.

Amado, quando você está acessando a internet, Deus vê você. Quando você está no celular, você fala, Deus ouve e vê você.

Deus vê como você trata seus pais, seus irmãos, seus filhos, seu marido ou esposa. Os olhos do Senhor estão vendo todas as coisas.

Então, essa consciência deve gerar em nós reverência. Os olhos como chama de fogo passam uma ideia que não é muito popular sobre Deus nos nossos dias. Mas é verdade, Deus julga, reprova e condena.

Ah! irmão, se nós não caminharmos com temor de Deus, vamos plantar vento e colher tempestade.

Quem sabe, você veio essa noite e você está no meio de uma tempestade... e talvez você não tenha percebido, mas essa tempestade veio porque você tem plantado vento na sua vida... você não tem feito oração, não tem tido tempo com a Palavra de Deus para adquirir conhecimento.

Duas coisas bem simples: oração e leitura da Palavra, mas que quando você negligencia, dá oportunidade para uma tempestade formar sobre a sua cabeça.

Jesus também Se apresenta como Aquele que tem os pés como bronze reluzente. Isso faz lembrar do processo de purificação dos metais, como bronze e até o ouro. Em Jesus não há nenhuma mistura ou impureza. Por isso, quem negá-Lo, quem recusá-Lo como Senhor e Salvador, esse será pisados por Seus pés. Nenhum ficará sem castigo, nada bom ficará sem ser recompensado.

Por isso, irmão, você tem temor a Deus? Quando você ora a Deus, você ora com temor, com reverência, com respeito?

Porque às vezes, achamos que Deus é um Pai amoroso e nos esquecemos que esse mesmo Deus, que é Pai amoroso, sem dúvida, é também fogo consumidor, que não tolera o pecado.

Ah! Quando deixamos de temer a Deus, paramos de investir na nossa relação com Ele e, mais, pensamos nas consequências do pecado como sendo pouca coisa, sem importância, porque, pensamos, Deus é tão bom.

E como bons brasileiros que somos, começamos a viver a vida cristã como se no final, acabasse tudo em pizza.

Amado, o Senhor tem olhos como chama de fogo e pés como latão reluzente. Precisamos ter temor de Deus.

Temor não é medo. Tememos a Deus. Não temos medo de Deus.

É legítimo ter medo daquele assaltante que entra em casa, aponta a arma. Ele tem o poder de nos tirar a vida e de nos fazer mal. Temos medo do assaltante, porque ele pode fazer uma loucura. Então, temos medo, porque não confiamos no caráter dele. Não sabemos quem ele é e do que é capaz.

Agora, temor é reconhecer que Deus tem todo o poder para tirar a sua vida, acabar com a sua existência, mas você olha pra Ele e diz: “Mas eu sei em quem eu tenho crido. Deus é bom e infinitamente justo. Apesar dEle poder me pulverizar num piscar de olhos, ele jamais fará alguma coisa que me prejudique”.

Amém? Por isso que eu temo a Deus. Eu sei tudo que Ele é capaz, mas eu confio nEle. Ele jamais será injusto comigo. Aleluia!

Pr Walter Pacheco da Silveira

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