DEUS SEMPRE ESTÁ AGINDO
Lucas 4.16
“Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas” – NTLH
Jesus é chamado algumas vezes de O Nazareno ou Jesus de Nazaré, porque Ele foi criado nesta cidadezinha, pequena mesma e sem grande importância. Em Nazaré Jesus viveu 28 anos dos 30 que teve da Sua existência terrena.
Um fato curioso é que em três dos evangelhos bíblicos (são quatro ao todo: Mateus, Marcos, Lucas e João), mas três dos evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas), contam que Jesus não tinha muita moral em Nazaré.
É que Ele havia sido criado lá. As pessoas do lugar, olhavam para Jesus e o comentário que faziam, era: "Esse aí não é o carpinteiro, o filho da Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As irmãs dele não moram aqui pertinho da gente!" (Mc 6.3 – NBV). Em cidade pequena o povo sabe de tudo, não é: da profissão de Jesus, dos irmãos dEle, são citados até pelo nome, você viu?
O povo sabe das irmãs de Jesus! Interessante, mesmo na era da comunicação, com Internet que já vai indo pra 30G e, talvez você não tava sabendo, mas o povo todo de Nazaré sabia, Jesus teve pelo menos mais de uma irmã.
Só que, quando Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar as Escrituras com conhecimento, com sabedoria, eles ficaram espantados.
Sinagoga é o lugar de reunião dos judeus; na sinagoga eles faziam a leitura da Lei, as orações, o culto.
Pois aconteceu que num Sábado, Jesus chegou e começou a ensinar. As pessoas ficaram admiradas, como que dizendo: “Não pode ser. Esse que tá falando que nem doutor, que nem um mestre, não é aquele carpinteiro?!”
Veja isso: Nazaré era um lugar comum, não tinha nada de especial, e quando viram Jesus ensinando com especialidade, com o brilho de um mestre (e Jesus era), eles disseram: “Não pode ser. Ele é tão comum quanto nós!”
O povo vivia num lugar comum, levava uma vida comum, e quando deram de frente com um evento especial, encontrando alguém com capacidade extraordinária, fora do comum, eles ficaram como quem não acredita no que estavam vendo.
Jesus percebeu a situação e falou: “Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa”. E o verso seguinte diz que Jesus “não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles” (Mc 6.4-5 – NTLH). O evangelista Mateus acrescenta a explicação, dizendo o seguinte: que foi devido a incredulidade deles que Jesus não pôde fazer muitos milagres em Nazaré.
Esse é um velho problema do mundo: nós temos muita facilidade para desprezar aquilo que é comum.
As coisas que são comuns, simples de tudo, a gente acha que não são interessantes; que são comuns e não tem graça nenhuma.
Mas, pensa nas coisas novas, nas novidades. Aí sim! Aquilo que é novo desperta todo o interesse.
Pesquisa lá no Google sobre música gospel, por exemplo. Você vai ver o tanto de canções que falam sobre o novo: é uma nova história, um novo tempo, nova chance. Tem uma muito linda que diz assim: “Algo novo sempre acontece quando eu começo a orar”. É do finalzinho dos anos 90, meu tempo de 30 e poucos anos.
O Fernandinho compôs e gravou aquela: “Uma nova história, Deus tem pra mim; Um novo tempo, Deus tem pra mim”.
E se você buscar por pregações com esse tema, você vai ver milhares, eu achei essas: Viva o Novo de Deus; “Deus de Coisas Novas”; Tempo de Novo Começo” e por aí vai.
Agora, não tem nada errado em cantar ou pregar sobre o “algo novo”, principalmente se vem da parte de Deus. Não tem nada de errado em desejar coisas novas. O problema é a gente esquecer que as coisas comuns também fazem parte da vida.
Quer ver uma coisa comum? Café com leite e pão com margarina, não é nem com manteiga. Mas, será que você fala: "Ai! Eu não aguento mais café com leite todo dia”? Na hora do almoço: “Comer arroz e feijão outra vez! Já comi ontem, antonte; tá comum demais!" Tem pessoas que perdem a graça com as coisas comuns da vida.
E por que com o novo ninguém se cansa, não se satura? É porque o que é novo só aparece de vez em quando, por isso é novo!
Se você deixou de apreciar as coisas comuns da vida, eu vou te dar uma ideia. Pode ser que você está dizendo: “Tô com vontade de experimentar um negócio novo, eu gosto mesmo é da novidade. Só quero coisas novas”.
Então, a minha ideia é a seguinte: fica 30 dias sem escovar os dentes. Você vai ver a importância que tem as coisas comuns.
O povo de Nazaré achava que no dia a dia, no comum da vida, no cotidiano, nada bom acontecia, nada interessante acontecia. Parece que o pensamento deles era: “pra ficar bom tem que ter algo novo, uma novidade vinda de fora, porque aqui dentro da nossa cidade, não tem nada legal acontecendo, não”.
Portanto, no comum da vida, eles achavam que nada que valesse a pena, acontecia para eles.
Mas esse não é um problema só dos moradores de Nazaré. Muitas vezes nós também pensamos que Deus está somente nas coisas novas e não nas coisas comuns do dia a dia.
Achar que Deus está agindo somente em ocasiões especiais, somente quando aparece algo novo, é um erro que a gente comete.
Então, se não tem nada novo acontecendo, você não pode concluir: “Oh! Deus não tá agindo na minha vida. Não tem nada de novo acontecendo comigo. Tá tudo a mesmice de sempre. Deus não tá agindo”. Será? Preste atenção: Falta de coisas novas não significa falta de ação de Deus na sua vida!
Eu quero que você entenda esta noite: tem coisas que Deus vai fazer na sua vida ainda, sim, tem muitas coisas tremendas que Deus vai fazer! Mas também tem coisas que Deus já está fazendo.
O Filho de Deus estava crescendo em Nazaré, vivendo em Nazaré, trabalhando numa carpintaria de Nazaré, e ninguém se deu conta de que Deus estava agindo entre eles, preparando o Filho para o cumprimento da Sua missão.
Irmão, eu quero dizer para você uma coisa: se não aconteceu nada novo na sua vida hoje, mesmo assim, Deus está agindo, Deus está trabalhando, tem coisa boa acontecendo!
Tem gente que não gostando das coisas comuns, reclama da rotina, da falta de novidades. Mas, se nada novo está acontecendo, não reclame das coisas comuns, porque Deus também está nas coisas comuns!
Não fica esperando acontecer alguma coisa nova. Seja agradecido pelo que está acontecendo, porque Deus está agindo!
Então, aprenda a ver a ação de Deus nas coisas comuns da vida e seja agradecido.
Coisas simples, por exemplo: quem de vocês se alimentou pelo menos duas vezes hoje (levanta a mão)? E cinco vezes (levanta a mão também)?
Hoje você pôde sair de casa e se deslocar para esta reunião. Pela manhã você acordou, colocou os pés no chão, ficou de pé... mas, quantos que estão deitados num hospital nessa hora ou em casa, com sintomas da Covid e Influenza juntos, e que gostariam de estar onde você está....
Ah! tem coisas boas acontecendo nos momentos mais comuns da sua vida! Você pode glorificar a Deus com um aplauso?
Então, a gente precisa aprender que Deus está agindo, mesmo quando nada novo acontece.
Um ponto importante para você anotar e guardar bem: Não reclame do que Deus está fazendo na sua vida.
Quero te mostrar uma situação em Êxodo 16, onde a Bíblia conta sobre o maná que Deus mandou para o povo de Israel durante o tempo que eles passaram no deserto.
Logo no começo da viagem, o povo reclamou, está escrito: “No deserto, toda a comunidade de Israel reclamou a Moisés e Arão. Disseram-lhes os israelitas: “Quem dera a mão do Senhor nos tivesse matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta multidão!” (Ex 16.2-3 – NVI).
Aí, no verso seguinte, nós lemos: “Disse, porém, o Senhor a Moisés: "Eu lhes farei chover pão do céu. O povo sairá e recolherá diariamente a porção necessária para aquele dia” (Ex 16.4 – NVI).
Foi uma experiência e tanto. O v.14 diz que era como uma geada que Deus enviava sobre a terra; pela manhã, tudo ficava coberto por flocos fininhos, era o maná.
Quando o povo viu aquilo, eles perguntaram “o que é isso?”, em hebraico essa expressão significa “maná”; maná significa “o que é isso”. E Moisés explicou: “Isto é o maná, o pão que o Senhor está dando para vocês comerem”. Nunca houve um negócio desse. Foi milagre de Deus!
Sabe quantos dias o maná caiu do céu para o povo? A Bíblia diz: “...ele [o Senhor] os sustentou com o maná que nem vocês nem os seus antepassados conheciam. [...] Durante estes quarenta anos” (Dt 8.3-4 – NBV).
Moisés disse para eles: “Deus sustentou e guardou vocês durante 40 anos”. Todo dia o maná caía do céu para eles, com fidelidade, porque Deus é fiel.
O maná era bênção de Deus para o povo! Mas a Bíblia diz que, não demorou muito, “...os israelitas perderam a paciência no meio do caminho, e se queixaram contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que vocês nos tiraram do Egito para morrermos nesse deserto? Aqui não há pão nem água! E nós detestamos essa comida horrível!” (Nm 21.3-4 – NBV).
Engraçado! O maná era resposta para a oração deles. Eles haviam pedido sustento para Deus. Só que agora o povo estava reclamando do maná.
Talvez alguém dê razão: “Pudera! 40 anos a mesma coisa!” Bem, Deus tem os Seus propósitos. A lição importante é a seguinte: não reclame daquilo que o Soberano Deus está fazendo!
Isso que aconteceu com o povo de Israel no passado, se parece com uma situação dos nossos dias: a pessoa ora para casar, aí Deus responde: “Olha aqui o seu abençoado”. Mas depois de um tempo, o que a pessoa que orou, faz? “Deus, não aguento mais esse homem! Leva ele, Senhor!”
A pessoa pede oração para Deus abrir uma porta de trabalho, Deus abre e depois a pessoa faz o quê? Reclama do trabalho, reclama do salário.
Não reclame do que Deus está fazendo.
Agora mesmo tem um monte de coisas acontecendo na sua vida; você acha que tá tudo na mesmice de sempre, tudo comum de tudo e acaba não dando importância, porque não é nada novo, é cotidiano, é de todos os dias; mas Deus está agindo no cotidiano da sua vida!
O problema é o mesmo do povo de Israel aqui: Deus mandando o maná e o povo recebendo e reclamando. Não reclame das coisas de todo dia, porque Deus está agindo nelas.
A falta de gratidão, com certeza, dói muito no coração de Deus.
Pensa no povo atravessando o deserto; deserto não tem padaria, não tem mercado, não tem quitanda. E Deus falou: “Eu estou com vocês! O deserto não tem, mas no céu tem e Eu mando chover pão para vocês!”
O maná no deserto ensina para nós uma coisa: que para Deus nos abençoar, Ele não depende de nada da terra, porque Ele tem recursos inesgotáveis no céu. Aleluia!
Levanta a sua mão, eu quero te abençoar com uma palavra, ou melhor ainda, fica de pé pra receber direitinho; fecha os seus olhos, e abre as duas palmas das suas mãos: você pode estar como que num deserto, sem nada nem ninguém com quem contar, mas Deus está te sustentando nesse deserto. Você pode até dizer: “Todo dia é a mesma coisa, não acontece nada novo pra mim; não estou mais aguentando”. Mas Deus está agindo e tem coisas boas acontecendo para a sua vida. Aplauda, glorifica o nome do Senhor.
Então, a partir de hoje, em vez de você reclamar do maná, agradece pelo maná. Diga ao Senhor: “Deus, muito obrigado por todas as coisas que estão acontecendo agora na minha vida. Eu sei que muitas coisas ainda vão acontecer, mas eu quero agradecer pelas coisas que já estão acontecendo”.
Porque, sabe, você não pode ficar esperando somente por coisas novas.
Naquele Sábado em Nazaré o povo revelou essa mania. Jesus, que havia crescido entre eles, era conhecido de todo mundo, estava dando uma aula na sinagoga e eles disseram: “Não pode ser verdade. Jesus é daqui do nosso dia-a-dia, a gente conhece Ele lá da carpintaria”.
Ou seja, na ideia deles o bom somente acontecia quando era algo novo; precisava acontecer algo novo para a coisa ser boa!
Você sabe que coisas novas ficam velhas. O novo fica comum depois.
Pensa num celular novinho. Chegou da loja. É o maior cuidado. Só você pode pôr a mão; se alguém quiser ver, você fica marcando em cima. Nem a caixinha você joga fora. Mas, uma semana depois, duas, três, um mês, você tá assim: “Viu meu celular onde eu coloquei? Liga pra ele, pra ver se eu acho!” Perdido dentro da própria casa!
Toda novidade se torna comum depois. Você recebe a visita de seus parentes em casa, vieram de longe passar uns dias com você. No primeiro dia como é? Uma festa, é novo encontro, novos conversas, novas lembranças. Você fala: “Que bom ter vocês aqui!”
Três dias depois, você tá falando baixinho pro marido ou pra esposa, lá na cozinha: “Eis não vão embora mais não?”
Não fica esperando somente por coisas novas. Seja feliz com as coisas que estão acontecendo, coisas simples, comuns, do dia a dia!
Sabe a parábola do filho pródigo que Jesus contou? Naquela história tem uma cena que faz a gente pensar. O pródigo saiu de casa, depois voltou arrependido e o pai mandou fazer uma festa de comemoração.
Quando o filho mais velho tava chegando em casa na hora da festa começada, não quis acabar de chegar. O pai teve que ir ao encontro dele e conversar. Aí o filho revelou um troço que tava agarrado no coração dele. Ele falou para o pai: “Faz tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito” (Lc 15.29 – NTLH).
O que esse rapaz estava dizendo? Que ele passou a vida inteira esperando que algo novo acontecesse para ele.
Tá, mas e enquanto isso? Ele vivia sem graça, insatisfeito, aborrecido.
Terminava o dia, ele devia reclamar consigo mesmo: “É, não foi hoje; não foi dessa vez que algo novo aconteceu para mim”. O algo qnovo que ele se referia era um cabrito de presente para fazer uma festa com os amigos.
Mas que vida triste a dele, porque nada do que acontecia no dia-a-dia, tinha importância para ele.
Você não deve permitir que o seu coração fique assim, insatisfeito com a rotina das coisas comuns, insatisfeito com o cotidiano.
Sua atitude deve ser a seguinte: “Não tem nada novo acontecendo ainda não, mas Deus está agindo e eu vou viver satisfeito hoje. As coisas que tenho pra fazer, vou fazer com satisfação”.
Então, é Domingo, em vez de falar: “culto de novo!”, você tem que falar: “mais um culto para o meu crescimento!”
Deixa eu concluir: Você viu que o texto fala de Jesus ter chegado em Nazaré, lugar onde Ele foi criado e lá, ele entrou numa sinagoga, o texto fala: “Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas” (Lc 4.16 – NTLH).
Qual era o costume de Jesus? Todo sábado estar numa Sinagoga. Ele não esperava uma ocasião especial, não! Não espera algo novo acontecer.
Precisamos aprender isso: que nos dias comuns da nossa vida, Deus trabalha também. Aliás, Jesus entendeu isto e declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”.
Tem gente que fica esperando um evento especial acontecer para vir à igreja.
Se fosse certo, todo Domingo eu queria fazer o Culto da Virada. Ia começar às dez horas da noite e quando fosse meia noite, hora da virada de ano, a gente ia orar e partir para a Ceia, mesa de carne assada, saladas de todo tipo, sobremesa lá adiante...
Jesus, não. O texto diz que todo Sábado, Jesus tava numa sinagoga. Era costume dEle. Chegou em Nazaré, era Sábado, entrou na sinagoga.
Mas tem gente que faz assim: “Ah! toda vez é a mesma coisa, já sei até como vai ser o culto hoje, de tão comum que é. Quando tiver programação especial, nova, eu vou”.
CONCLUSÃO
Ah! Irmão, nos dias comuns, Deus trabalha também!
Pensa num dia comum de tudo. Você pode até falar assim: “Ah! Hoje eu vou lá no culto só para dar uma força pro pastor; não tô muito animado, não”.
Aí, nesse dia comum de tudo, sem nada especial preparado ou anunciado, Deus transforma o comum em algo extraordinário, o que era natural em algo sobrenatural.
E nesse dia a suja bênção chega, a porta se abre, o milagre acontece!
E esse dia, meu irmão, pode ser hoje! Tá tudo comum demais, mas Deus pode escolher esse dia comum para transformá-lo em algo incomum... tá tudo normal de tudo, mas Deus pode transformar o comum em extraordinário, o natural em sobrenatural. Aleluia!
Então, fica animado nos dias comuns, no cotidiano da vida, porque Deus está sempre agindo. Amém e amém!
Pr Walter Pacheco da Silveira, 30.01.2022
Baseado em material de Cristian de Oliveira.